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Cultura

Miscellanea: Pedrógão Grande estreia festival literário que quer ser “um dos maiores de Portugal”

Pedrógão Grande quer demarcar-se no mapa da cultura nacional, com cinco dias de miscelânea entre literatura e outras artes de 21 a 25 de junho.

Raul Minh'alma
Raul Minh'alma é um dos escritores que marca presenta no novo festival de literatura

Raul Minh’alma, José Milhazes, Mário Augusto, Milu Loureiro, Isabel Ricardo, João Gouveia Monteiro, Lurdes Breda, José Fanha ou Pedro Chagas Freitas são alguns dos escritores convidados para a edição de estreia do festival literário Miscellanea, que se realiza entre 21 e 25 de junho em vários espaços de Pedrógão Grande.

Apresentado hoje em Pedrógão Grande, Coimbra e também em Leiria, no Espaço Eça, o festival surge com a ambição de ser “um dos maiores festivais literários de Portugal”, anunciou a vereadora da Cultura. 

“É nossa ambição criar um dos maiores festivais literários em Portugal. Acho que vamos conseguir com este cartaz. Arriscámos e creio que temos um cartaz forte e ambicioso”, disse hoje Dora Rodrigues.

A programação arranca a 21 de junho com duas conferências que mostram, através da literatura, a ligação de Pedrógão Grande ao mundo.

A primeira sessão intitula-se “O padre Gabriel de Magalhães, a grande viagem e aventura de Pedrógão Grande a Pequim” e tem como orador António Graça de Abreu. A segunda é dedicada a “Frei Luís de Granada, mestre de espiritualidade”, cujo percurso será partilhado por Rui Carlos Antunes e Almeida Lopes.

A programação completa-se com apresentação de livros, conversas, conferências, oficinas, sessões de autógrafos e de contos. Além da literatura, haverá ainda lugar a concertos, cinema, teatro, dança e magia, com participação dos músicos José Rebola e Alex Lima, dos atores Filipe Lima, Daniela Claro, Joana Biscaia, Jaime Monsanto, do realizador Luís Porto, do mágico Telmo Melo e dos bailarinos Raquel Santos e João Fanha, entre outros. 

Segundo a vereadora, além da promoção do livro e da leitura, o festival surge “com o intuito de promover o território, de baixa densidade”, que é Pedrógão Grande, “não só entre os nossos pares, mas também noutros concelhos, no país e, quem sabe – somos ambiciosos – no mundo”.

O evento vai buscar o nome a “Miscellanea”, livro publicado originalmente em 1629, “uma obra histórica de Miguel Leitão de Andrada, um escritor [natural] de Pedrógão Grande”, porque pretende ser “uma miscelânea de artes e cultura num mesmo festival”, descreveu.

Descrita como “vila literária de exceção”, Pedrógão Grande quer também projetar-se enquanto “berço e fonte de inspiração para poetas e escritores que marcaram a literatura e a história de Portugal e do mundo”.

São os casos de Fernão de Oliveira, Miguel Leitão de Andrada, Luís Vaz de Camões, frei Luís de Granada, frei Luís de Sousa, Gabriel de Magalhães e Roberto Pedroso das Neves, notou Dora Rodrigues.

“Todos se inspiraram em Pedrógão Grande”, realçou, sobre um património que, acredita, até “muitos pedroguenses desconheçam”. “Queremos dar a conhecer isso a Portugal e ao mundo”, acrescentou.

A aposta num festival literário que quer crescer nos próximos anos surge também como “mais um contributo” para que Pedrógão Grande não seja notícia apenas pelos incêndios.

“Se formos ao Google e pusermos ‘Pedrógão Grande’, aparece logo a referência aos incêndios. Ninguém esquece, nem ninguém pretende esquecer”, afirmou. Com Miscellanea, a intenção é “dar a conhecer o nosso potencial através do turismo, da EN2 e também da literatura”. 

“Temos de seguir em frente e virar a página”, frisou a vereadora, prometendo uma “programação dirigida a todos os públicos” e que chegará também às freguesias da Graça e Vila Facaia.

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