São algumas das estátuas icónicas de Joaquim Correia, condenadas à imobilidade, que lembram aos irrequietos e impacientes visitantes a importância de parar, estar, olha e ser. A partir desta “lição” que, recorrendo ao movimento, à linguagem corporal, à palavra e ao diálogo com o espaço, desenvolve-se “Porque não paramos?”, peça de teatro inclusivo que, na Marinha Grande, é apresentada ao público este sábado, dia 24 de junho.
No Museu Joaquim Correia, logo à tarde, a partir das 18 horas, ganha vida o resultado de vários meses de trabalho com utentes e técnicos da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM). A encenação e adaptação está a cargo de. Vitória Condeço, do grupo de teatro “O Nariz” – Teatro de Grupo”, a partir de texto original de Paulo Kellerman.
Segundo nota do município, a peça foi criada de raiz e parte “de uma pergunta complexa” – “Qual o sentido da vida?” – para confrontar o espectador “com as suas próprias dúvidas e certezas, com os seus preconceitos e julgamentos, com a forma como olha o que o rodeia e age sobre o que vê”.
A iniciativa da Câmara Municipal da Marinha Grande, APPACDM, Rosales Ballet e Plano Nacional das Artes envolve também atores profissionais d’”O Nariz”, promovendo relações interpessoais entre estes e os utentes e profissionais da APPACDM, “através de exercícios de expressão dramática, para estimular o clima de confiança e familiaridade necessários ao trabalho de contracena”.
Num tom ligeiro e cómico, são abordadas temáticas sérias, como a inexistência de interesse pelo outro ou a obsessão contemporânea pela pressa, e a consequente dificuldade em parar e olhar, questionar, ouvir.
A entrada este sábado é gratuita, mas carece de reserva pelo e-mail museu.jcorreia@cm-mgrande.pt “Porque não paramos?” será também apresentada à comunidade escolar na segunda-feira, dia 26, às 15 horas.