A Arte é a expressão de um ideal estético através de uma atividade criadora. Neste sentido admito que qualquer atividade criadora enquanto forma de expressão seja considerada Arte. Já o ideal estético é um conceito subjetivo uma vez que depende do gosto de cada um.
Nos últimos anos tenho estado atento ao que por aí se faz, sobretudo na pintura. Não possuo formação na área, mas isso não me impede de poder emitir opinião a propósito da obra X ou do autor Y.
Tenho tendência a apreciar a Arte que representa o real, o concreto, e a minha atenção não se perde a apreciar o Abstrato ou Arte Contemporânea. Por vezes, por mais que observe uma obra de vários ângulos, não consigo perceber o que artista transmite. Lembro o papel colorido cuja descrição nos informava de que estava no chão do atelier, tinha sido salpicado por mero acaso e … uma obra de arte estava criada; ou ainda a tela cor de laranja de um artista português bem conhecido, que supostamente representa…não sei o quê, seja porque não vejo mais do que um quadrado cor de laranja, seja porque não consigo perceber a descrição filosófica escrita pelo curador, que quer-me parecer, redigiu algo que ninguém entende para esconder que nem ele próprio percebe o que a obra pretende transmitir. Se eu cuspir para um papel a mancha resultante é Arte?
Quem são os destinatários da Arte? Pessoas comuns ou iluminados com formação específica? A Arte pretende transmitir estética? E tudo isto leva-me a questionar porque é que o dinheiro dos meus impostos suporta espaços expositivos onde pouco acontece e que custam milhões ao erário. Em Leiria conheço alguns onde raramente alguém entra. Já agora, o Município tem algum tipo de contabilização do número global de visitas?
Porque é que estes espaços não atraem pessoas comuns? É importante democratizar a Cultura. Porque é que ela, nalguns casos, se fecha em si mesma? Porque se mantêm espaços abertos que ninguém visita? Quanto custa tudo isto?
Rui Reis
Leiria
