Até ao final do mês de julho vão decorrer os trabalhos de desmatação da vegetação envolvente ao aqueduto da Usseira, em Óbidos, com o objetivo de reabilitar, recuperar e revitalizar este património.
“O nosso objetivo é reabilitar o aqueduto, recuperar e revitalizar um património do Município que é muito importante”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Óbidos, Filipe Daniel, citado em comunicado, dando seguimento a uma das propostas apresentadas no início do seu mandato.
Os trabalhos tiveram início em outubro do ano passado, com o levantamento e apresentação sobre as condições da estrutura feito pelo Serviço de Arqueologia do Município de Óbidos.
Foi também realizada uma caminhada para conhecer o aqueduto e o seu estado de conservação e apresentados o relatório técnico preliminar de inspeção e o diagnóstico estrutural ao aqueduto.
O autarca afirmou, na ocasião, que “pelo seu valor histórico, o aqueduto da Usseira merece ser recuperado”.
O processo de recuperação teve início em março de 2022, com reuniões na Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).
Há um ano, em julho de 2022, houve um pedido de audiência com o ministro da Cultura e várias intervenções junto da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro com vista à captação de fundos comunitários para a reabilitação desta estrutura. Foi depois feita a adjudicação do “relatório técnico preliminar de inspeção e diagnóstico estrutural” do aqueduto.
Por último, em janeiro, a DGPC autorizou a realização de uma intervenção de desmatação ao longo do monumento, com base no relatório elaborado pelo Serviço de Arqueologia.
O aqueduto da Usseira é um dos mais antigos do país, tendo o maior número de arcos sucessivos, com um total de mais de 200. “Tem um traçado algo sinuoso, tendencialmente de sul para norte, com 3.700 metros de comprimento. Vai desde as três minas, junto à Usseira, a cerca de 130 metros de altitude, até ao chafariz da praça de Santa Maria, a cerca de 60 metros de altitude, atingindo um desnível na ordem dos 70 metros. O aqueduto é composto por troços superficiais e aéreos, consoante as características morfológicas do terreno e é na travessia dos vales e no planalto dos Arcos que apresenta maior monumentalidade”, explica a autarquia.
Classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1962, há 80 anos que este monumento não recebia qualquer intervenção de manutenção.