A Associação de Produtores da Maçã de Alcobaça (APMA) estima exportar no próximo ano cerca de 15 milhões de quilos do fruto que tem como principal mercado o Brasil e pretende expandir-se para Espanha e países árabes.
“Há boas expectativas de que se a campanha correr bem a produção atinja os 60 milhões de quilos de maçã, dos quais estimamos exportar 15 milhões de quilos”, disse à agência Lusa o presidente da APMA, Jorge Soares.
O aumento das exportações do fruto certificado com Indicação Geográfica Protegida (IGP), de que a APMA é a entidade gestora, reflete os impactos de um ‘Projeto de Promoção da Maçã de Alcobaça em Mercados Externos’ desenvolvido nos últimos dois anos e meio em mercados como o Brasil, Espanha, Índia e Emirados Árabes Unidos.
O projeto orçado em 700 mil euros, financiado através do Programa Operacional da Competitividade e Internacionalização, “resultou em mais de 200 iniciativas, entre ações promocionais presenciais nestes mercados, criação de conteúdos e novas formas digitais de promoção”, afirmou Jorge Soares, num balanço do programa encerrado hoje, num ecopomar, em Alcobaça.
Fruto da promoção o Brasil “ é já o principal mercado” externo da maçã de Alcobaça, responsável por 70% das exportações totais, e, segundo Jorge Soares, o objetivo é “duplicar as exportações para este mercado gigante nos próximos anos”.
O projeto permitiu também cimentar as vendas “quer no mercado espanhol, onde já se estão a estabelecer alguns contactos, quer nestes mercados árabes, onde já houve experiências” e a APMA pretende “também materializar as exportações e dar-lhe alguma dimensão”.
A campanha que promoveu internacionalmente o furto como a “única maçã do Atlântico”, associando-a ao território em que é produzida, contribui, por outro lado para “dar a conhecer o modo ambiental, cuidadoso e responsável de produzir” o fruto que está na génese de um outro projeto, a criação de uma rota de ecopomares, com percursos pedonais para que os visitantes possam conhecer a biodiversidade.
“Hoje, um pomar de maçã de Alcobaça é um verdadeiro santuário de espécies de artrópodes, de espécies avícolas, até muitas árvores carnívoras” cujo desenvolvimento os associados da APMA potenciam considerando “os “microrganismos e insetos funcionais, auxiliares, grandes exércitos de combate às pragas”.
“Este projeto ajudou a olhar não só para os locais onde vamos promover, mas também a olhar para o nosso território, para a forma como fazemos as nossas maçãs e a tirar partido de quem nos visita”, afirmou Jorge Soares, adiantando que até ao final do ano serão abertos a visitação novos ecopomares, no âmbito da rota que será concluída em 2024.
A APMA representa 22 associados entre empresas e produtores de maçã de Alcobaça (IGP), responsáveis pela produção anual de cerca de 70 milhões de quilos do fruto que gera um volume de negócios na ordem dos 50 milhões de euros.