A Câmara de Caldas da Rainha voltou a insistir junto do Governo para a “necessidade urgente de aprovar o plano diretor do Centro Hospitalar do Oeste” e para a contratação dos profissionais de saúde necessários.
O serviço de Ginecologia/Obstetrícia do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), localizado no Hospital de Caldas da Rainha, encerrou temporariamente a 1 de junho, para obras de requalificação, devendo reabrir em novembro.
O Município compreende a “imprescindibilidade e a necessidade das obras de requalificação deste serviço”, mas não considera “muito compreensível que tal implicasse o encerramento do serviço no CHO (obrigando à deslocação das utentes para o Hospital de Leiria)”, adianta um comunicado da presidência da autarquia.
Nesse sentido, a Câmara de Caldas da Rainha, no distrito de Leiria, alerta o Governo “para a necessidade urgente de aprovar o plano diretor do CHO, assegurar a intervenção organizada nas instalações do atual centro hospitalar, investindo nos edifícios, em novos equipamentos e na contratação dos profissionais necessários, de forma a garantir uma adequada prestação de cuidados de saúde de qualidade”, refere a nota de imprensa.
A autarquia considera que o encerramento temporário da urgência de ginecologia e obstetrícia “a pretexto de obras de requalificação não estava desligado das dificuldades gerais nesta especialidade que tem levado ao funcionamento de serviços em sistema rotativo”.
“A juntar a estas preocupações, à falta de vontade por parte do Ministério da Saúde e ao anúncio de decisões políticas de gestão na área da saúde maternoinfantil, o país tem assistido ao encerramento de vários blocos de parto, o que tem colocado dificuldades às grávidas e recém-nascidos”, reforçou a presidência da câmara.
No dia 06 de agosto, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) revelou que médicos obstetras do Centro Hospitalar de Leiria (CHL) apresentaram uma escusa de responsabilidade clínica devido ao “aumento muito significativo de afluência” ao serviço de urgência e do número de partos desde junho.
O SIM afirma em comunicado que a diretora do serviço de Ginecologia/Obstetrícia enviou ao diretor executivo do SNS, Fernando Araújo, referindo que os médcos estão esgotados e que em julho se realizaram no CHL 242 partos e 1.476 admissões, uma escalada face a junho.
Em junho, o CHL registou “um aumento muito significativo de afluência ao serviço de urgência e do número de partos, sem consentâneo ajustamento do número de elementos na equipa de urgência” devido ao alargamento da área de influencia ao Centro Hospitalar do Oeste.