As ações de combate ao incêndio nas localidades de Urqueira e de Rio de Couros, no concelho de Ourém, estão a decorrer favoravelmente, mas “vai ser uma noite extremamente complicada”, afirmou há instantes David Lobato, comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Médio Tejo, no briefing à comunicação social.
Mais de 600 operacionais e cerca de 200 meios terrestres continuam a combater o fogo que tem duas frentes ativas e caminha em direção a Caxarias. No terreno estão também cinco máquinas de rasto, “a fazer todo o perímetro do incêndio” e a trabalhar no sentido de evitar que aquela vila, também do concelho de Ourém, fique em risco. “Se não conseguirmos debelar este incêndio durante a noite e princípio da manhã, poderemos ter problemas acrescidos depois, durante a tarde”, adiantou David Lobato. Acredita, no entanto, que “as condições meteorológicas da noite consigam dar alguma ajuda”, com a entrada de humidade e a redução da intensidade do vento.
Aos jornalistas, o comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Médio Tejo explicou ainda que, durante a tarde, o incêndio teve a particularidade de se “partir”. “Foi um incêndio de vento e fez muitas projeções”, descreveu. “Houve uma altura que tivemos quase dois incêndios distintos”, referiu, salientando que a velocidade de progressão de 1.250 metros por hora, que se verificou, “para um incêndio, é obra”.
Ainda que, durante a tarde, o incêndio tenha estado muito perto das casas, nenhuma esteve em risco. No entanto, por precaução, foram evacuadas duas habitações, levando seis pessoas – três adultos e três crianças – a pernoitarem na zona de concentração e apoio à população, entretanto criada pelo Serviço Municipal de Proteção Civil.
Também esta noite, em declarações à SIC, o presidente da Câmara Municipal de Ourém, Luís Albuquerque, afirmou que dos 60 incêndios que, este ano, já deflagram no concelho, “cerca 40 são considerados de forma intencional, o que significa que tiveram origem criminosa”. O autarca adiantou ter alertado novamente o ministro da Administração Interna “para a necessidade de reforçar a prevenção e a investigação no concelho de Ourém” para evitar o que tem vindo a acontecer nos últimos dois anos.
