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Sociedade

PCP reuniu na Marinha Grande e diz ter “soluções sérias” contra medidas dos partidos das “contas certas”

Para o distrito de Leiria, o partido reivindicou a modernização da Linha do Oeste e o investimento nos bombeiros e Proteção Civil.

O partido este reunido no jardim Luís de Camões, na Marinha Grande ML

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, defendeu na noite de quinta-feira, na Marinha Grande, que os comunistas têm “soluções sérias” para resolver os problemas do país, em contraponto às medidas dos “partidos das ‘contas certas’”.

Sob o lema “Soluções para as nossas vidas”, o PCP promoveu um comício no jardim Luís de Camões para apresentar um conjunto de propostas que, lamentou Paulo Raimundo, “foram rejeitadas” pelo que apelidou “partidos das ‘contas certas’”. 

Para o distrito de Leiria, onde se encontrava, o líder dos comunistas reivindicou a modernização da Linha do Oeste “em toda a extensão”, a aquisição de mais comboios e a contratação de mais trabalhadores, a par da construção, “urgente”, de “um novo hospital público, com gestão pública, na Região Oeste”. 

“Mas é preciso ir mais longe: seis anos passados sobre os incêndios fatídicos de 2017, ainda está por concretizar o investimento nos bombeiros e Proteção Civil, no ordenamento da floresta e no reforço da verba prometida para o ICNF”, apontou, exigindo medidas para “a situação em que se encontram centenas de produtores de pêra rocha, com quebras de produção de significativas”.

“Os partidos das ‘contas certas’, das contas certas com os grupos económicos, os partidos submissos à União Europeia e ao euro”, são “o PS, PSD, CDS, Chega e Iniciativa Liberal [que] têm todos as mãos manchadas e responsabilidades na situação em que nos encontramos”, acusou o secretário-geral.

Entre as “Soluções para as nossas vidas”, está o aumento de salários e pensões “de forma significativa”, a redução do IRS para trabalhadores e reformados, a fixação dos preços de bens essenciais, “nomeadamente dos alimentos”, baixa do IVA na eletricidade, gás e telecomunicações e, ainda, “tributar os lucros dos grandes grupos económicos”. 

A par disso, os comunistas querem “garantir direitos laborais, contratos efetivos, horários regulados” e “mais investimento na saúde, na educação, na cultura, no desporto, nos transportes e serviços públicos”. 

“A solução que precisamos é médico de família para todos, fixar profissionais de saúde, recursos e meios no Serviço Nacional de Saúde. A solução é o respeito pelos professores e a recuperação do tempo integral do seu serviço”, reivindicou Paulo Raimundo. 

Para o problema da habitação, o PCP quer, “com efeitos imediatos”, uma moratória, “por um período de dois anos”, como durante a pandemia, “que dispense as famílias de pagar a amortização do seu empréstimo”, a par da fixação de “um ‘spread’ de 0,25% a partir da Caixa Geral de Depósitos”. 

Em compensação, o secretário-geral sugere que sejam “os lucros da banca a suportar o aumento das taxas de juro”.

Na Marinha Grande, o PCP prometeu voltar a apresentar as propostas antes rejeitadas, porque “não perderam a atualidade e a importância”: “Voltaremos a elas, não abdicamos, não abandonamos nenhuma solução e não nos conformamos com a injustiça e a desigualdade para qual o país está arrastado”, num cenário de “brutal contradição entre a vida dura de todos os dias da imensa maioria e os lucros nunca vistos dos grupos económicos”.

Para Paulo Raimundo, “impossível é os 5% mais ricos do nosso país deterem 42% de toda a riqueza que é criada” e “haver três milhões de trabalhadores, 70% de toda a mão-de-obra em Portugal, que ganha até mil euros de salário bruto por mês”.

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