O terceiro lugar na Volta a Itália em bicicleta deixou o ciclista João Almeida, natural de A-dos-Francos, nas Caldas da Rainha, mais tranquilo antes do arranque da Volta a Espanha, para a qual parte como um dos líderes da UAE Emirates.
“Depois do pódio do Giro fiquei mais tranquilo, tenho feito uma boa temporada em todas as corridas que tenho feito. Chego a esta Vuelta muito tranquilo, satisfeito com este ano. Vou dar o melhor de mim pela equipa e vamos ver no final como termino”, afirmou.
Em videoconferência promovida pela UAE Emirates, João Almeida, quinto na última Vuelta, assegurou que parte em igualdade com o espanhol Juan Ayuso, terceiro em 2023, numa liderança repartida.
“Partimos ambos em igualdade. Não há favoritos. A nacionalidade não quer dizer nada. É tudo uma questão de quem estiver melhor”, assegurou.
Almeida assume que para a equipa “é um bom cenário” ter dois candidatos, mesmo com adversários muito bons, garantindo estar com um “bom pressentimento” em relação a Ayuso, confiando que a UAE Emirates pode lutar pelo pódio, mesmo com um pelotão com muitos nomes sonantes, com destaque para o esloveno Primoz Roglic e o dinamarquês Jonas Vingegaard, ambos da Jumbo-Visma e vencedores do Giro e do Tour, respetivamente, ou o belga Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step), vencedor da Vuelta em 2022.
“É uma ‘startlist’ que nem vemos nem no tour, é impressionante. Acho que é dos melhores pelotões que já esteve numa corrida. Espero que seja uma boa corrida também para os fãs e para o espetáculo. E espero ter boas pernas, obviamente”, disse.
Para o ciclista caldense esta tem sido uma temporada boa, em que tem “vindo a trabalhar o máximo”, não tem tido azares, garantindo estar mais bem preparado para a Vuelta do que em 2022.
“Penso que a minha forma é boa. A preparação foi boa, tive um pequeno contratempo nos Mundiais, mas nada de especial. É muito diferente da preparação para o Giro, não treinei tanto, treinei o máximo que consegui. Mas definitivamente é melhor do que no passado. Ainda estou confiante que vou estar em boa forma. Vamos ver como corre dia a dia”, assegurou.
A Vuelta de 2023 arranca com um contrarrelógio coletivo em Barcelona no sábado – termina em Madrid em 17 de setembro -, mas Almeida assume que a equipa não o preparou tão bem como podia.
“A nossa equipa é semelhante à do ano passado, temos uma boa ligação uns com os outros. Acho que podemos fazer um bom resultado, esperemos passar bem, sem quedas, sem azares. Ficar perto dos outros. Confio nos meus companheiros e vamos deixar tudo na estrada”, referiu.
Questionado sobre a sua evolução nos últimos anos, João Almeida diz ter orgulho em si próprio e contente com o seu processo de crescimento, reassumindo a sua vontade de estar na Volta a França em 2024.
“Independentemente do resultado [na Vuelta], quero fazer o Tour para o ano. Estar frente a frente com o Vingegaard e corredores muito fortes também me vai dar a perceção de onde estou e de como reajo”, disse.