O número de casos suspeitos de toxinfeção (intoxicação) alimentar em Leiria subiu para 39, mantendo-se um caso em observação hospitalar, adianta uma nota de imprensa da Saúde Pública da Administração Regional de Saúde do Centro.
Segundo o comunicado enviado ao início da noite de ontem, terça-feira, o Departamento de Saúde Pública da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) teve conhecimento de mais 11 casos “com sintomatologia compatível com a suspeita de toxinfeção alimentar”, que desde sexta-feira tem levado algumas pessoas ao hospital.
“No total, e até ao momento, identificaram-se 39 casos que tiveram sintomas, dos quais 18 recorreram aos serviços hospitalares, mantendo-se apenas um caso em observação hospitalar”, informa a Saúde Pública da ARSC.
As autoridades reafirmam que o “denominador alimentar comum a todos os doentes mantém-se a broa, continuando a ser retirados do mercado os produtos sinalizados, sem prejuízo de virem a ser identificados outros alimentos suspeitos no decurso da investigação epidemiológica”.
As amostras clínicas e alimentares já foram enviadas para análise laboratorial e continuam a ser realizadas vistorias aos locais de confeção, distribuição e venda dos alimentos.
O Departamento de Saúde Pública da ARSC e as Unidades de Saúde Pública dos Agrupamentos de Centros de Saúde do Pinhal Litoral, do Pinhal Interior Norte e do Baixo Mondego, em colaboração com o Centro Hospitalar de Leiria, Hospital Distrital da Figueira da Foz, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses e o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária “mantêm-se a acompanhar a situação, da qual continuarão a dar nota pública”.
Em comunicado enviado, no sábado à noite, à agência Lusa, o Departamento de Saúde Pública da ARSC explicou que os casos detetados tinham idades compreendidas entre os 30 e os 77 anos.
A situação levou a que tivesse sido iniciada uma investigação que “compreendeu a aplicação de questionários de identificação de sintomas e de exposições suspeitas, nomeadamente consumo de alimentos em diferentes refeições familiares”.
No âmbito dessa investigação, que envolveu também a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), foram recolhidas “amostras de produtos alimentares suspeitos para investigação laboratorial” e foram “sequestrados da comercialização os produtos alimentares suspeitos que foi possível identificar e alertados os serviços clínicos para possível chegada de novos doentes”.
Segundo o mesmo texto, a sintomatologia observada “foi predominantemente neurológica, nomeadamente secura das mucosas da cavidade oral, dilatação pupilar, visão desfocada, tonturas, quadros de confusão mental e diminuição da força muscular”.
Registaram-se ainda 12 casos com sintomatologia ligeira que não recorreram aos serviços de saúde e “foram identificadas sete famílias afetadas”.