O distrito de Leiria “é um dos mais representados” na meia centena de Agendas Mobilizadoras aprovadas a nível nacional, contando com a presença de 150 copromotores, entre empresas e entidades dos sistemas de ensino, científico e associativo, revelou o presidente da Agência para a Competitividade e Inovação (IAPMEI).
Luís Guerreiro, que falava ano 1º encontro anual das “Agendas Mobilizadoras – Parcerias que transformam a economia”, no âmbito da iniciativa “Governo + Próximo”, que decorre esta quarta-feira, dia 20, em Leiria, adiantou que “este concelho é responsável por 52% do investimento na região, 50% do incentivo aprovado e 52% dos pagamentos efetuados na região centro”.
Além disso, há quatro consórcios liderados por empresas do distrito – Erofio, Solancis, Void e Vangest – “duas no domínio das matérias-primas, materiais e pedra natural, que juntam 131 copromotores, e duas na área das tecnologias e aplicações, contando com 112 copromotores”.
O primeiro-ministro, António Costa, também presente na iniciativa, referiu “que Leiria é um dos distritos com maior participação nas Agendas Mobilizadoras, pela excelência do seu tecido empresarial e do Instituto Politécnico. Por isso, escolhemos o distrito para fazer o ponto da situação”.
“É um dos maiores motores da economia portuguesa, que mais tem contribuído para o crescimento da economia, para o aumento das exportações e para a criação de emprego”, adiantou António Costa, especificando: “Só nos últimos oito anos criaram-se neste distrito 43 mil novos postos de trabalho, o volume de negócios das empresas aumentou quase 44 mil milhões de euros e as exportações cresceram significativamente”.
Na sessão de abertura do encontro, o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, destacou que “Leiria é um caso icónico, com a liderança de quatro grandes Agendas Mobilizadoras e um investimento muito significativo”.
“A Erofio, com a nova tecnologia da fabricação aditiva, uma forma de produção que pode mudar as cadeias de valor e colocar-nos numa posição muito sustentável ao nível da competitividade internacional; a Solancis, no desenvolvimento dos processos de extração de pedra natural mais sustentáveis; a Vangest, com as embalagens do futuro, um grande centro que se pode criar na região, e a Void, na grande área da tecnologia blockchain”, descreveu o ministro da Economia e do Mar.
O presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes, destacou que “Agendas Mobilizadoras constituem uma oportunidade única e, provavelmente, irrepetível para alcançar o nível competitivo e alterar o perfil da nossa economia, tornando o país mais resiliente e preparado para responder aos crescentes desafios de uma economia global”
“As agendas contêm uma grande virtude, juntam os melhores protagonistas do país, seja do sector empresarial, da academia ou organizações da sociedade civil, em consórcios que superam uma das fragilidades do país: um certo sentido individualista que nos retira escala e relevância, em especial no contexto global”.
As 53 agendas (31 mobilizadoras e 22 verdes) aprovadas a nível nacional, com o envolvimento de mais de mil entidades, 891 das quais empresas, pretendem criar 18 mil postos de trabalho, “11 mil altamente qualificados”, e aumentar o investimento em Investigação e Desenvolvimento para 3% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2030.
O incremento do volume de negócios da economia portuguesa em oito mil milhões de euros e das exportações, a especialização e a redução das emissões CO2 em 55%, são outros dos objetivos a cumprir nos próximos seis anos.
As Agendas Mobilizadoras estão divididas em nove áreas (incluindo, por exemplo, aeronáutica, calçado, energia, construção, matérias-primas, recursos naturais, saúde, tecnologias e transportes) e significam 7,7 mil milhões de euros de investimento e 2,915 mil milhões incentivos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).