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Caldas da Rainha

Caldas da Rainha leva 50 autocarros e 2 mil pessoas a protestar contra localização do novo hospital

O protesto acontece no dia 21 de outubro em Lisboa.

A autarquia assegura que se os protestos vão continuar CMCR

A Câmara das Caldas da Rainha estima mobilizar mais de duas mil pessoas e perto de 50 autocarros para participar num protesto contra a localização do novo hospital do Oeste no Bombarral, no dia 21 de outubro, em Lisboa.

Sob o lema “Unidos pela Saúde”, o protesto com a que a autarquia do distrito de Leiria pretende fazer-se ouvir pelo Governo vai traduzir-se na deslocação de “mais de 2.000 pessoas a Lisboa”, em 40 autocarros fretados pela Câmara a que se juntarão “autocarros das juntas de freguesia, carrinhas das associações do concelho e viaturas particulares”, anunciou o presidente do município, Vítor Marques (Independente).

A marcha por Lisboa terá como destino o Palácio de S. Bento e a Assembleia da República onde, apesar de o protesto se realizar a um sábado (21 de outubro), o autarca espera “ter a oportunidade de ser recebido porque é um assunto de bastante importância e relevo”.

Em causa está a localização do novo hospital do Oeste, anunciado pelo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, para ser construído no Bombarral e que a autarquia das Caldas da Rainha entende que deve ser construído na confluência deste concelho com o de Óbidos, ambos no distrito de Leiria.

“Um hospital para o Oeste tem que ser integrado naquilo que é a rede hospitalar nacional”, vincou Vítor Marques numa conferência de imprensa em que anunciou o protesto para sensibilizar o Governo para reverter a decisão que considera ter sido tomada de forma “enviesada”.

“Não concebemos que se vá construir um hospital para o Oeste e ao mesmo tempo se esteja a pensar que é preciso fazer uma ampliação no Hospital de Leiria ou no de Santarém para satisfazer as necessidades” que podem ser supridas pela nova unidade, frisou.

A decisão de construir o novo hospital no Bombarral tem por base um estudo encomendado pela Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCim) e que fundamentou a escolha da localização, decidida por um grupo de trabalho criado pelo Ministério da Saúde.

Um parecer técnico encomendado pela Câmara das Caldas da Rainha ao Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional e Urbano (CEDRU), criticou a falta de critérios deste estudo, recomendando uma “avaliação multicritério” e que a localização escolhida fosse “coerente com a realidade da procura efetiva e ser enquadrada por um planeamento regional da oferta hospitalar que considera toda a região de Lisboa e Vale do Tejo, bom como a região de Leiria”.

A avaliação das localizações possíveis devia ainda, segundo o parecer, ser antecedida da identificação dos centros urbanos “que reúnem condições para acolher uma unidade hospitalar de âmbito regional”, o que, segundo o Plano Regional de Ordenamento do Território (PROT) determinaria que o hospital teria que ser construído num centro urbano de média dimensão, o que não acontece com o Bombarral.

Estes argumentos foram reiterados hoje pelo autarca aos jornalistas, defendendo que “não é com o estudo da OesteCim nem com o relatório do grupo de trabalho que se suporta uma decisão desta natureza” e assegurando que os protestos vão continuar “até ficar demonstrado que a Câmara não tem razão”.

Além de estar a estudar a possibilidade de impugnar juridicamente a decisão, a Câmara das Caldas da Rainha apelou assim aos partidos, instituições e população do concelho que adira ao protesto do dia 21, para o qual contratou já 40 autocarros, com um custo estimado por Vítor Marques em 16 mil euros.


Secção de comentários

  • Miguel disse:

    Como residente da freguesia de Silveira, em Torres Vedras, a decisão de localizar o novo hospital do Oeste no Bombarral traz-me sentimentos ambivalentes. Em situações de urgência pediátrica, a distância até às Caldas da Rainha torna-se um desafio significativo para muitos de nós (>55km). A localização no Bombarral, embora mais próxima, ainda levanta questões, especialmente quando consideramos a dimensão populacional de Torres Vedras, substancialmente maior (83mil vs 50mil) que a das Caldas. Parece-me que, ao defenderem a sua posição, os residentes das Caldas da Rainha podem não estar a considerar a realidade e as necessidades urgentes de comunidades como a nossa em Torres Vedras. A decisão deve ser tomada com base em critérios claros e transparentes, levando em conta as necessidades reais das comunidades. A proximidade a um centro hospitalar, especialmente para urgências pediátricas, é vital.

  • José Carlos Teixeira dos Santos disse:

    O autarca das Caldas da Rainha está apenas preocupado com os seus interesses pessoais e políticos. Os interesses dos oestinos nada lhe dizem. A única coisa que está a fazer é complicar o processo de construção do novo CHO, que, não esqueçamos, já leva 20 anos de atraso. O cavalheiro prefere que não haja hospital a haver hospital noutro local que não seja no seu “quintal”. Eu, lourinhanense, fico-lhe profundamente “agradecido”…

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