Diversidade, inclusão e inovação caracterizam a 28.ª edição do festival Acaso, que leva duas dezenas de espetáculos a Leiria, e também Marinha Grande e Batalha, de 29 de setembro a 29 de outubro, anunciou o grupo “O Nariz”.
O grupo de teatro que organiza o festival salientou a transição a acontecer no Acaso.
“Este ano, [o festival] dá outra vez uma ‘voltita’ e para o ano que vem será mais forte ainda”, afirmou o responsável pelo grupo, Pedro Oliveira, à agência Lusa.
Através de parcerias e do esforço para levar à região de Leiria companhias internacionais, “O Nariz” procura reinventar o seu festival.
“Há cada vez mais festivais em Leiria e aqui à volta e os grupos com quem costumávamos trabalhar estão a passar por esses sítios, nos festivais ou na programação da Rede Portuguesa de Teatros e Cineteatros. Não faz sentido nenhum estarmos a trabalhar para ‘chover em cima do molhado’”, considerou o responsável.
Por isso, reforça-se a vontade de levar ao Acaso “aquilo que mais ninguém traz e internacionalizar cada vez mais”, convidando “grupos que não estão nestas redes e gente que esteja a aparecer com projetos novos”.
A palco levam-se propostas que “saem um pouco dos cânones e dos parâmetros habituais do teatro”, caracterizadas por “uma certa provocação a nível intelectual”.
“Queremos tornar o Acaso mais forte, com outro tipo de leitura do próprio festival. Isso interessa-nos profundamente, não para ser diferente dos outros, mas é para fazer diferente dos outros”, reforçou Pedro Oliveira.
Em 2023, o festival está mais concentrado: os 20 espetáculos encaixam-se num mês e sete deles são num fim de semana destinado às famílias.
Ao todo, há oito produções internacionais, de Espanha, França, Israel, Itália, Reino Unido, Chile e Argentina, e ainda duas estreias.
Uma é “Agripina”, sobre a imperatriz romana, mãe de Nero, interpretada por Isabel Muñoz Cardoso, que conta a história de Roma e da devassidão vivida naquele tempo, numa produção de “O Nariz”.
Depois, “A Barraca” revela em Leiria “De Mary para Mary”, peça que visa consciencializar o público para a luta pela igualdade de género. As questões relacionadas com a inclusão estão presentes em vários espetáculos, notou Pedro Oliveira.
O festival começa em 29 de setembro com a estreia no Teatro Miguel Franco (TMF) do monólogo “Agripina”, a partir de texto de Victor Martins Sant’Anna.
Entre 6 e 8 de outubro, há em Leiria sete propostas de teatro e performance para famílias, com Arriba las Hu! Manos (Chile e Argentina), Drew Colby (Reino Unido), Jacob Tealdi (Itália), Arawak (Espanha), Os Náufragos Teatro (Espanha), Surprise Effect (França) e companhia Marimbondo.
De Espanha chega o Teatro Consentido, com “Champán por las tetas”, em 13 de outubro, no TMF, palco por onde passa no dia 15 do mesmo mês “Control freak” de Kulu Orr (Israel) e, no dia 19, “De Mary para Mary”, da Barraca.
O Acaso dá um salto à Marinha Grande com “Ninho”, da Particulares Elementares, nos dias 20 e 21 de outubro.
No dia 21 de outubro, a mesma companhia apresenta “João Pé de Feijão” no Auditório Municipal da Batalha e por Leiria há estreia do filme “O mister da estrada de Sintra”, de António Cova.
O Teatro Extremo faz parte da programação com “A.norm@l” no TMF, em 22 de outubro.
Em 27 de outubro, o Teatro Nacional D. Maria II leva ao Teatro José Lúcio da Silva “O meu amigo H”, fechando a programação central do festival com “As leis fundamentais da estupidez humana”, da companhia LAMA com Noiserv, a 28, no TMF.
Além destes, há três espetáculos ainda por anunciar pel’“O Nariz”.