“A ETAP serve um propósito muito importante que é mostrar a todo o país o que é o ensino profissional”, começou por dizer o ministro da Educação esta manhã, no final da visita à Escola Tecnológica, Artística e Profissional de Pombal.
João Costa sublinhou, na visita à escola no âmbito da iniciativa “Governo Mais Próximo”, que há ainda muito trabalho a fazer para derrubar os muros mentais que existem sobre o ensino profissional”, mas que a ETAP está a contribuir para essa mudança.
Segundo o ministro, o ensino profissional “é mais do que os outros”, porque dá uma dupla certificação. “Não tenho a menor dúvida que quem estudou nesta escola será muito melhor candidato a um curso de engenharia mecânica do que além que esteve a fazer biologia/geologia. É preciso que o ensino superior olhe com mais atenção para o que se faz nas escolas profissionais”, realçou.
Atualmente, a transformação na educação está no centro dos debates: “queremos um ensino que fomente a curiosidade, a iniciativa, a interdisciplinaridade (…) queremos uma educação que se inove, um sistema cada vez mais inclusivo” e “quando olhamos para o ensino profissional vemos isso tudo a acontecer”, frisou o ministro.
Também Mariana Vieira da Silva, ministra da Presidência, que pôde igualmente visitar as instalações da escola hoje, afirmou que o ensino profissional “não é uma solução de recurso”. E dizer isso, “implicou fazer muitas transformações”, nomeadamente “construir um caminho para que todos os jovens que escolhem o ensino profissional tenham as mesmas oportunidades ou mais” que os outros alunos, “garantindo uma fortíssima adaptação de acesso ao ensino superior”.
A ministra salientou ainda que “não é possível imaginar um país que exporta tecnologia e produtos mais inovadores, sem cuidar do lado de cá”, isto é, “ter pessoas qualificadas” para poder abraçar os projetos e trabalhar nas empresas. Daí a componente das qualificações “alimentar a visão” que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) tem para o país.
A dificuldade das empresas em arranjar trabalhadores qualificados é “um dos elementos centrais da construção do país moderno que procuramos construir” e “esse caminho faz-se com estes centros tecnológicos especializados”, como a ETAP, que foi distinguida em 2023 neste âmbito.
Para Mariana Vieira da Silva, o maior desafio que se impõe agora é “aproveitar esta capacidade instalada para dar um salto muito significativo com metas quase tão inalcançáveis, como ter o abandono escolar abaixo de 10% ou ter 60% dos nossos adultos a ter a cada ano um momento de formação”.
Concretizar estas metas implica uma dedicação conjunta, que vai dos centros Qualifica ao IEFP, dos secundários às escolas profissionais, sublinhou, apelando a que o futuro Centro Tecnológico da ETAP se encha de adultos.
João Costa afirmou que o objetivo de levar o ensino a todos está ser cumprido e isso vê-se nesta escola de Pombal, onde existem professores que são ao mesmo tempo alunos, e funcionários que são simultaneamente patrões, evidenciou.
O trabalho de ligação da oferta formativa na ETAP às necessidades das empresas da região foi também um ponto elogiado pelo ministro da Educação.
Pedro Pimpão, presidente da Câmara de Pombal, relembrou que o que as empresas querem “é ganhar eficácia e eficiência” e “é isso que se faz nesta escola”.
Atualmente, frequentam a ETAP mais de 500 alunos, que terão “entrada direta no mercado de trabalho” e que “estão mais disponíveis para aumentar as suas competências no seu percurso de vida”, face aos alunos provenientes de outro tipo de ensino.
A ETAP, que celebrou 34 anos ontem, recebeu hoje como prenda a visita dos dois ministros e do secretário de Estado Eduardo Pinheiro, que ao longo da manhã visitaram vários laboratórios da escola e falaram com os alunos, mostrando-se bastante impressionados e entusiasmados com as provas de aptidão profissional de final de curso apresentadas pelos mesmos.
No final da visita, além dos discursos de Pedro Pimpão e dos ministros, Jorge Vieira da Silva, diretor-geral da ETAP, levou o “público” a uma viagem pelas mais de três décadas da escola, relembrando os temas mais conturbados e as conquistas.
Com os olhos postos no futuro, Jorge Vieira da Silva disse acreditar que a ETAP vai ter “o melhor” Centro Técnico Especializado do país. Adiantou ainda que serão feitas várias apostas na área industrial de metalomecânica, nas novas tecnologias, na automação e robotização dos processos industriais, mas também numa formação mais prática e digital. O objetivo, explicou, é colmatar as atuais necessidades técnicas na área da metalomecânica e ajudar as empresas.