O fundador da área de Inteligência Artificial na Universidade de Coimbra, Ernesto Costa, defendeu este sábado, dia 14, que a arte criada por humanos pode co-existir com a arte criada pela inteligência artificial, mas ilustradores e humoristas discordam da ideia.
“A arte humana pode coexistir com a arte criada por computador”, defendeu no Folio – Festival Literário Internacional de Óbidos o fundador da área de Inteligência Artificial na Universidade de Coimbra, sustentando que as pessoas terão que aceitar que “uma máquina pode produzir arte, que é propriedade pública, porque não é feita por ninguém”.
O professor catedrático defendeu a ideia numa conversa com os criativos Filipe Homem Fonseca, Nuno Saraiva e Bruno Santos, intitulada “O risco da arte na era do algoritmo: vamos ficar obsoletos?”.
Se do lado do informático essa co-existência pode ser pacífica, do lado dos criativos a ideia gerou controvérsia, com os três a defender que a arte tem que ter intervenção humana.
O risco de o computador poder fazer o trabalho que fazem hoje foi umas das preocupações expressas pela maioria dos oradores, lembrando que “o computador faz em três minutos” aquilo em que cada um deles perde “horas no processo criativo”.
Mas, houve também quem, como Bruno Santos, tivesse assumido, com ironia, querer “ficar obsoleto”.
“O computador que faça os trabalhos que não gosto de fazer e que faço só para ganhar dinheiro e assim posso só fazer o que gosto”, disse, vincando não estar preocupado com a inteligência artificial.
O Folio decorre em Óbidos até ao dia 22, com um total de 603 autores e criadores, em cerca de 108 conversas e tertúlias, 40 apresentações e lançamentos de livros, 40 espetáculos e concertos, 21 exposições, 18 sessões de leitura e poesia e 14 mesas de autores.
Nota: A imagem que ilustra esta notícia foi feita com recurso ao ChatGPT-4 com o pedido: “Faça uma pintura de Óbidos inspirada nos temas Inteligência Artificial e Folio-Festival Literário Internacional de Óbidos”