A Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) Norte, sediada em Monte Redondo, Leiria, abrange cerca de 15 mil utentes, distribuídos por nove ficheiros e quatro pólos. Este mês, contudo, o número de clínicos do quadro ficou reduzido a dois, depois da saída de mais um médico.
Desde o início da semana, a extensão de Monte Redondo conta apenas com um médico contratado a meio tempo (20 horas semanais), estando os outros dois profissionais afetos aos pólos do Coimbrão e de Monte Real e Carvide. O da Bajouca está sem médico.
O alerta foi lançado na passada semana, em comunicado, pela Junta de Freguesia de Monte Redondo e Carreira, que diz não vislumbrar, “por parte da tutela, qualquer solução imediata” apesar das várias diligências efetuadas.
No sentido de exigir do Governo “medidas urgentes para a resolução deste problema, sob pena das consequências serem desastrosas para todos a curto prazo”, foi lançada a petição pública online “Pelos cuidados de saúde primários” (disponível no site Petição Pública ou na Junta).
Segundo Céline Gaspar, presidente da Junta, autora e primeira signatária da petição, a situação em Leiria “é gravíssima”, sendo que “a falta de resposta do Serviço Nacional de Saúde significará diagnósticos tardios e tratamentos inexistentes com todas as consequências que isso poderá significar”.
A Junta apela ainda à colaboração de toda a comunidade para encontrar profissionais disponíveis para prestar serviço no pólo de Monte Redondo no âmbito do projeto “Bata Branca”, que o município de Leiria pretende implementar no concelho.
No final da semana passada, o movimento Somos Bajouca também lançou uma petição online (também disponível no site Petição Pública) para reclamar um médico de família e de um enfermeiro e garantir cuidados a quase 1.900 utentes.
“Na Bajouca, Leiria, neste momento, não existe um único médico de família estável, nem enfermeiro, o que consideramos ser muito grave, ficando uma população privada de cuidados de saúde primários”, alerta o movimento, considerando a situação “verdadeiramente preocupante e altamente lesiva de um dos direitos mais básicos da população”. “Estes utentes, que correspondem a pessoas muitas delas envelhecidas e com os problemas de saúde associados à idade, estão assim privadas de recorrer ao seu serviço de saúde de proximidade”, acrescenta.