Ironicamente, uma semana depois do Dia Europeu sem carros, que visa sensibilizar a população e as autoridades para reduzirem o tráfego rodoviário dentro das cidades, de forma a aumentar a qualidade de vida, optando por alternativas de transporte menos poluentes, eis que o interior da cidade está envolto em carros de todos os tipos, antigos, modernos, motas, motoretas,… motorshows, rallies.
No espaço de uma semana, a sustentabilidade foi suspensa em nome da diversão.
Entenda-se que eu não tenho nada contra este tipo de eventos, mas que se realizem fora da cidade. Mudou-se o mercado do Levante, fecharam-se ruas e avenidas e nós, munícipes, para irmos simplesmente às compras ou para casa, andamos às voltas e em filas.
Convido o Município a realizar o evento Leiria sem rodas no interior da cidade e apelar aos munícipes para trazerem as bicicletas, triciclos, trotinetas, carros de rolamentos para uma diversão a sério! Quanto ao Leiria sobre rodas, porque não realizá-lo no terreno camarário onde se realiza o mercado Falcão, junto ao aeródromo?
Aqui fica a sugestão em nome da qualidade do ar da nossa cidade.
Natália Sofia Santos
Leiria
C J disse:
Evidentemente a opinião da Sra é acertiva! Só os que os intelectualmente desonesto consideram este evento como um marco importante na vida do município! Há milhentas formas para dar visibilidade à capital de distrito e, objetivamente falando esta não está garantidamente entre as mais inteligentes! Assim de repente, para haver qualidade, bastava trocar a combustão pelo elétrico; só esta pequena alteração de conceito mudaria tudo de negativo para positivo! Para concluir esclareço que o evento tal como é realizado para ser tolerável, tinha obrigatoriamente que criar retorno para a cidade; isto é: A QUALIDADE DE VIDA DOS MUNÍCIPES, DOS EQUIPAMENTOS E INFRAESTRUTURAS TINHA QUE SER UMA REALIDADE, o que não se verifica nem acontece nem o comércio está disponível para isso (não há reflexo na faturação, sabe-se-lá porquê)!?!
VP disse:
“Mouro Sub Targus disse..!!” – “Nao adianta disse..!!”
Gosto desses comentários que expressam claramente o conceito. Com menos palavras, mas igualmente diretas, Juvenal, no décimo livro de suas “Sátiras”, resumiu assim as aspirações da plebe romana: – Panem et circenses – Frase com que o poeta satírico Juvenal critica os que, na Roma antiga, pediam trigo no Fórum e espectáculos gratuitos no circo, ou seja, aqueles que se contentavam com comida e diversão grátis, sem questionarem o desempenho dos governantes, que, dessa forma, garantiam o apoio da população. Na época romana Leiria era uma estação na importante estrada de Olisipo (Lisboa) passando por Conimbriga (Coimbra) até Bracara Augusta (Braga). Eu não sei se Juvenal alguma vez ficou em Leiria mas o modelo que representa, diria, enquadra-se perfeitamente.
Mouro Sub Targus disse:
Quando a plebe paga o sal para assistir aos abastados a divertirem-se, em toda a sua opulência exclusiva e discriminatória, a poluição é o menor dos seus problemas. Enfim, cada um sabe de si. Vai lá mas é trabalhar nos moldes e pensa, que um dia tu chegas lá também, só tens de te matar a trabalhar para … o Leiria Sobre Rodas do teu patrão. Palhaçada.
Alexandre Garcês disse:
Deviam ter vergonha de publicar um artigo destes. O LSR é um evento tão rico para a região trazendo gente de todo país e até do estrangeiro. Existe tanta mais poluição na região, no país ou no mundo para se preocuparem do que um fim de semana de cultura automóvel, de paixão, conhecimento e até do futuro tecnológico.
Valerio Puccini disse:
Chama-se troca de opiniões, mas em todo caso também concordo plenamente com você, mas não vamos reclamar se as emergências hospitalares fecham nos finais de semana. Você não pode ter tudo na vida, “o barril cheio e a esposa bebada” e não vale a pena reclamar só quando for conveniente. Mas no final submeto-me à maioria… Na Itália dizem: -Se Nosso Senhor quiser assim e Nossa Senhora estiver feliz”… O que significa mais ou menos: – se a situação correr bem para todos, então estamos felizes…
Não adianta disse:
Concordo.
Está visto que é uma questão de prioridades. Se a maioria conseguir meter dinheiro no bolso, a poluição é um mal menor. O que vale é que o evento vai reflorestar… está tudo bem…
Se mete carros, motos, futebol e religião, nao adianta pensar diferente, a maioria vai pensar o contrário…
Ricardo Santos disse:
Jornal ou pagina de reclamações?
Depois da leitura também fiquei na dúvida mas enfim, é o caminho do país.
Valerio Puccini disse:
Prezada Natália Sofia Santos, concordo plenamente consigo mas temo que concordar consigo signifique ter a maioria dos cidadãos contra si. Aquele que para no meio da estrada com as 4 flechas, sem se importar com quem está atrás. Aquele que estaciona em qualquer lugar, em curvas, filas duplas, rotatórias, desde que não pague. Aquela que enche cafés por um cafésinho (75 cêntimos de euros), bares por uma imperialinha (1€) e restaurantes desde que gaste pouco, coma muito e possa fazer tanto barulho quanto quiser. Ao senhor que contesta sua nota, que mora a 100 metros do evento, reconheço o coragem e paciência de ter suportado o barulho ensurdecedor e de ter respirado a fumaça do escapamento dos carros furiosos. Eu, por outro lado, que me incomoda quem fuma e fala alto, fechei-os, no silêncio dos vidros duplos.
P.S. Não tenho nada contra carros ou manifestações. Eu dirijo um carro rápido e de grande cilindrada. Basta compreender que “viver junto” significa evitar pisar na linha que separa o prazer próprio do prazer dos outros.
Nuno Lima disse:
Estimada acho que foi infeliz na sua metáfora
“Convido o Município a realizar o evento Leiria sem rodas no interior da cidade e apelar aos munícipes para trazerem as bicicletas, triciclos, trotinetas, carros de rolamentos para uma diversão a sério!”
Todos estes veículos têm rodas, e embora eu viva a 100 metros do evento , tenho as restrições que a estimada falou , e deixa-me satisfeito ver todo o negócio a movimentar-se durante estes dias , cafés , restaurantes , shoppings locais , basicamente o comércio local está em alta , convido a estimada a verificar os números , se fosse feito no local que indica o impacto económico seria totalmente diferente.
A meu ver custo beneficio para a nossa cidade , é esplêndido , é um fim de semana apenas , trouxe 70.000 pessoas ao evento, e segundo o agro portal : “Leiria Sobre Rodas compensa poluição com reflorestação de cerca de 10 hectares” , eventos como este são planeados e feitos dentro de algumas cidades , como Porto (Prova Boavista) e Vila Real , Circuito Internacional.
Nota: Eu não tenho qualquer ligação direta ou indiretamente ao Leiria sobre Rodas
Nuno Lima disse:
Eu penso que 70.000 pessoas não concordam consigo.