Os resultados de um projeto de deteção automática de incêndios, com recurso a Inteligência Artificial (IA), desenvolvido pela Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIM Região de Leiria) vão ser apresentados hoje, terça-feira, no Auditório da Central das Artes, em Porto de Mós.
Esta iniciativa de Investigação e Desenvolvimento (I&D) teve como objetivo criar novos algoritmos para ultrapassar o problema da emissão de falsos alertas, e resultou de uma parceria da CIM Região de Leiria com a academia (INOV INESC e INESC-ID).
O ResNetDetect – Deteção Automática Precoce de Incêndios Florestais Utilizando Redes Neuronais de Aprendizagem Residual, cujos resultados finais serão apresentados a partir das 18h30, assenta em “novos algoritmos compostos por redes neuronais de alta eficiência e eficácia para a deteção de incêndios”, como explica a CIM Região de Leiria.
Estes algoritmos “aprendem a distinguir se um determinado fenómeno captado nas câmaras de videovigilância é ou não é uma coluna de fumo, e desta forma contribuem para a mais rápida deteção dos incêndios rurais”, adianta.
Na prática, isto significa que “aquando da presença de uma coluna de fumo, ainda que de pequenas dimensões e a distâncias consideráveis (+-20km), o sistema sabe interpretar o que está a ser visualizado e a distinguir se se trata ou não de um incêndio”.
Por outro lado, “quando existem outro tipo de formações que aparentam ser uma coluna de fumo, como por exemplo, nuvens no horizonte, pó levantado do chão, veículos a circular em estradas de terra batida, chaminés de fábricas, o sistema sabe que não se trata de colunas de fumo, não gerando falsos alertas”, adianta a CIM Região de Leiria.
“Todos os incêndios começam pequenos. Quanto mais rápida e precoce for a deteção do incêndio, maior é a probabilidade de um combate mais rápido e eficaz”, constata a comunidade de 10 municípios, que “possui um sistema de vigilância e deteção automática de incêndios florestais que cobre 95% do território”.
Num contexto geográfico como o da CIM Região de Leiria, esta deteção “apresenta um desafio elevado, na medida em que as condições de relevo e climáticas condicionam os algoritmos já existentes, significando na prática que há ainda uma forte probabilidade do sistema apresentar falsos alertas, o que influencia a fiabilidade e confiança dos operadores no sistema”.
Pelo seu caráter inovador, o projeto ResNetDetect, ao abrigo do qual foram desenvolvidos os novos algoritmos, foi financiado a 100% pela Fundação para a ciência e Tecnologia (FCT), num investimento global de 300 mil euros.
O consórcio é constituído pela CIM Região de Leiria, INOV INESC Inovação – Instituto de Novas Tecnologias (INOV/INESC/IST/ULisboa) e pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Investigação e Desenvolvimento em Lisboa (INESC ID/INESC/IST/ULisboa).
A Conferência ResNetDetect é organizada pela CIM Região de Leiria e coorganizada pelo REGIÃO DE LEIRIA, que a transmite nos seus suportes digitais.