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Batalha

Mosteiro da Batalha reforça serviço educativo e mediação cultural em 70%

Monumento está a preparar o “programa mais ambicioso de sempre” para 2024.

Visitas temáticas e guiadas, oficinas ou atividades para famílias e pessoas com necessidades específicas vão aumentar 70% em 2024 no Mosteiro da Batalha, anunciaram na quinta-feira responsáveis por aquele monumento do distrito de Leiria.

“É o programa mais ambicioso de sempre no Mosteiro”, na área da mediação cultural e serviço educativo, admitiu o diretor do Mosteiro da Batalha, Joaquim Ruivo, na apresentação, justificando o crescimento com o reforço da equipa de técnicos ao serviço do monumento.

Mesmo sem plano de atividades e respetivo orçamento aprovado para o próximo ano, à espera da reorganização da gestão do património cultural que entra em vigor a 1 de janeiro de 2024, o Mosteiro da Batalha avançou com recursos já existentes.

“Há uma equipa com vontade, conhecimento, saber, que não necessita de apoios orçamentais específicos para dinamizar as suas propostas de trabalho”, explicou.

O diretor realçou o “aumento da quantidade e da qualidade dos projetos e até dos seus temas específicos” a abordar no conjunto de propostas.

Entre as novidades destaca-se, desde logo, a possibilidade de realização de visitas guiadas a visitantes ocasionais, quando existir disponibilidade de pessoal.

“Não acontecia, mas com o reforço da equipa será possível”, notou Joaquim Ruivo, em referência à incorporação de dois técnicos superiores na equipa do Mosteiro da Batalha, que assinala este mês 40 anos sobre a inscrição na lista do Património Mundial da UNESCO.

Uma das técnicas, Rita Miguel, destacou o facto de o plano para 2024 ser “muito mais abrangente”, envolvendo todos os especialistas ao serviço do Mosteiro.

“Vamos ter novos tipos de atividades, um público-alvo mais abrangente, conseguimos dar outra periodicidade às atividades, não descurando as visitas que já temos e que continuamos a fazer”.

João Féteira, um dos novos técnicos do monumento, vai contribuir, entre outros, com um ciclo de oficinas para crianças, para vivenciar o Mosteiro em Família.

No total, Féteira calcula que “cerca de 70% destas atividades” são novidade na programação do monumento, num ano que servirá para “experimentar todas estas novas propostas”.

Mensalmente haverá uma visita de temática variada, que pode ir da construção na Idade Média à produção artística associada ao edifício, passando pelo contexto espiritual, os grafitos medievais, “A mensagem” de Fernando Pessoa, os visitantes estrangeiros ou, até, as cegonhas e uma lenda de terror.

Novidade é igualmente um projeto especial para levar ao Mosteiro jovens com necessidades especiais da Casa Mimo, com sede na Batalha.

A intenção, sublinhou o mais antigo técnico superior do Mosteiro da Batalha, Pedro Redol, “é criar relação”.

“O mosteiro tem de atrair muita gente, para criar receita. Mas é preciso criar relação com o património. Se isso não acontecer, ele vai deixar de existir. Se trabalharmos com famílias e pessoas, por poucas que sejam, isso terá um efeito reprodutivo”, notou.

Para o diretor do Mosteiro da Batalha, o terceiro monumento mais visitado em Portugal, com 288 mil visitantes em 2022, o plano para o próximo ano vem responder à procura, porque as propostas anteriormente realizadas “rapidamente esgotavam”.

Por outro lado, Joaquim Ruivo pretende contrariar “o défice de fruição cultural” em Portugal, “que é tremendo entre as novas gerações”.

“Os jovens não visitam monumentos nem museus. Isso é preocupante e temos, de algum modo, de mudar isso. Um monumento que é visitado em tão grande escala tem de ter a oportunidade e possibilidade de cativar e motivar milhares de alunos”, concluiu.

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