O primeiro nome é francês. Recebeu-o há 55 anos quando os pais faziam vida em Créteil, nos arredores de Paris. Já o apelido é de Espite, Ourém, de onde a família é natural.
Véronique Trezentos, de Créteil: “Os olhares ainda são muito discriminatórios”
Filha de emigrantes, a coordenadora da Alliance Française, em Leiria, afirma que para muitos lusodescendentes a dupla identidade ainda é motivo de sofrimento.
VP disse:
Véronique Trezentos, de Créteil: “Os olhares ainda são muito discriminatórios”.
Como italiano acho estranho o que foi dito, ou seja, que alguém se possa sentir marginalizado em Portugal porque fala francês. Compreenderia muito mais o contrário, mesmo que isso não aconteça, dado que os jovens portugueses emigram para trabalhar em toda a Europa e não só. Sinceramente, em 5 anos em Leiria nunca tive a impressão de um clima discriminatório, longe disso. Ao contrário da Itália, onde, com ou sem razão, permanecem fortes dúvidas relativamente a algumas comunidades e onde, em todo o caso, as pessoas preferem olhar para os imigrantes de longe, aqui encontrei um país cheio de imigrantes de todas as cores e origens. Um país onde nem mesmo a nacionalidade de uma pessoa presa é comunicada, justamente para proteger a sua pessoa e evitar ressentimentos. Um país onde uma cidade como Leiria prefere procurar e contratar motoristas de autocarro no Brasil e em Cabo Verde, em vez de criar condições favoráveis para os jovens locais, talvez organizando cursos de condução gratuitos para a categoria de carta. Para ser sincero, temo que o problema será o produto inevitável desta permeabilidade social “ilimitada” e receio que, a este ritmo, dentro de alguns anos, o país corra o risco de ter de gerir uma percentagem “demasiado” elevada de imigrantes e este extremo é tão errado como o seu oposto. Uma população de apenas 10 milhões de habitantes não demora a ver a sua “autenticidade” estruturalmente modificada, temos a certeza que o “apagamento da sua própria tradição cultural” é o objectivo a perseguir.?