O diretor da prova, David Castera, avisou que a primeira semana do Dakar seria dura e hoje, sábado, os pilotos sentiram isso assim que começaram a percorrer os primeiros quilómetros.
Ricardo Porém comprovou isso mesmo, ao quinto quilómetro, ao sofrer um impacto violento numa aterragem, o que provocou danos no braço da suspensão da roda traseira e obrigou a esperar pelo carro de apoio.
“Estes são os dias de corridas que sabemos que existem, mas que nunca queremos que cheguem. Cometi um excesso logo no início da etapa que fez o nosso MMP T3 Rally-Raid aterrar no chão em esforço na roda traseira esquerda, partindo o braço da suspensão. Esse tipo de material não segue connosco no carro e, por isso, fomos forçados a esperar pelo nosso carro de apoio. Olhando para o lado positivo, esta situação acabou por acontecer logo no início da especial e a espera não foi tão longa. Daí em diante fomos cautelosos”, afirmou Ricardo Porém, que terminou a etapa na 23ª posição.
Os próximos dias serão de recuperação na classificação. “Tanto eu como o Augusto [Sainz] estamos com muita vontade de dar a volta a esta situação e iniciar a recuperação já na etapa de amanhã”, disse.
Melhor sorte não teve João Ferreira e o navegador Filipe Palmeiro. Depois do segundo lugar de ontem, o piloto leiriense, de 24 anos, sofreu três furos na etapa de hoje, de 532 km, 405 dos quais em especial, e terminou na 9.ª posição.
“Não era assim que esperávamos iniciar este Dakar. Três furos deram-nos algum trabalho hoje e acabaram por nos atrasar um pouco na geral. Amanhã espera-nos mais uma etapa difícil e acreditamos que as aprendizagens somadas hoje serão muito importantes para o nosso futuro neste Dakar. A luta só agora começou e nós não vamos baixar os braços”, assumiu.
Amanhã, domingo, o Dakar vai ligar Al Henakiyah a Al Duwadimi, um desafio 662 km, com a especial de 470 km, que vai misturar dunas e secções rápidas, colocando à prova a experiência e resiliência dos participantes. A primeira metade da etapa terá 30 km de dunas.