O Município de Porto de Mós vai investir 1,8 milhões de euros na recuperação da Casa dos Calados, onde funcionou a antiga Real Fábrica do Juncal, cuja candidatura a fundos comunitários foi aprovada.
“Esta é uma obra relevante num espaço que tem uma importância histórica. Está associada aquele espaço a primeira fábrica de faiança do Juncal, a Real Fábrica, que data do século XVIII e que teve uma importância vital para a dinamização do concelho”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Porto de Mós, Jorge Vala (PSD).
Segundo o autarca, a Real Fábrica foi depois uma casa agrícola, cujos espaços comuns serão preservados no projeto elaborado pela Câmara de Porto de Mós, no distrito de Leiria.
O projeto representa um investimento de cerca de 1,8 milhões de euros e contará com a comparticipação do apoio financeiro da União Europeia de 1,5 milhões de euros, através do Programa Operacional Regional do Centro, Eixo Prioritário Competitividade e Internacionalização da Economia Regional (COMPETIR), cuja candidatura foi agora aprovada.
Jorge Vala adiantou que a intervenção na Casa dos Calados prevê a criação de 24 espaços para instalação “empresarial e empreendedorismo qualificado e criativo, aliando a ciência e tecnologia, tanto aos setores mais tradicionais locais, como a projetos de investimento de natureza inovadora, apostando no desenvolvimento de novos produtos e serviços, privilegiando a economia digital”.
Com uma área total requalificada 2.604,75 metros quadrados, o presidente da autarquia explicou ainda que o projeto prevê também manter viva a memória do que foi aquela casa. “Não queremos abandonar aquilo que foram os espaços comuns e convidar a população a visitá-los, vamos criar uma marca e um regulamento de utilização da casa para que sejam criadas várias dinâmicas”, revelou.
A requalificação prevê também que seja criado um espaço de exposição de algumas peças de faiança que pertencem ao espólio da Câmara, mas também serão cedidas por privados. Há ainda a possibilidade de alguns artigos que se encontram no Museu de Leiria, que poderão ser emprestados pontualmente.
“Além da ligação de excelência ao Parque Verde, a reabilitação do edifício, assente em princípios de sustentabilidade, albergará um conceito de residências artísticas, com inclusão de espaços de ‘cowork’ e ateliês para ofícios, relacionados com a cerâmica e o junco, atividades com forte afirmação e tradição nesta vila”, acrescenta uma nota de imprensa da Câmara de Porto de Mós.
Serão ainda recriadas atividades da antiga Real Fábrica do Juncal, bem como a realização de oficinas, que funcionarão em paralelo com uma biblioteca/mediateca, e um museu de louça e cerâmica.
“Está prevista, ainda, a construção de um FoodLab, ou laboratório alimentar, no antigo lagar. Será também criada uma sala ampla no edifício principal, designado de salão nobre, onde poderão ser realizados eventos e solenidades, num espaço com a dignidade que o Juncal justifica”, lê-se ainda no comunicado.