José Travaços dos Santos queria homenagear um conjunto de personalidades da região, sobretudo da Batalha. Por isso, juntou amigos para os mobilizar e lembrar pessoas que vão desaparecendo e caindo no esquecimento. “Mas, depois, os amigos trocaram-lhe as voltas e colocaram a exposição como está”, explicou Adélio Amaro, presidente do CEPAE – Centro de Património da Alta Estremadura e um dos responsáveis por “Um homem ao serviço da cultura”, que, na Galeria do Posto de Turismo da Batalha, se assume como um primeiro momento de uma homenagem mais vasta a Travaços dos Santos, que está em preparação.
A iniciativa quer reconhecer condignamente o “homem que vive para a cultura, com o Mosteiro da Batalha no coração e a etnografia da Alta Estremadura no sangue”, descreve, na apresentação da exposição, o município da Batalha.
A sala de exposições é pequena, mas lá cabe uma fração vasta de informação que ajuda a perceber a vida e obra de Travaços dos Santos, através de uma seleção de fotografias, quadros, livros, objetos e outros documentos.
Também lá está a máquina primitiva e outra mais recente, de onde saíram tantos artigos em prol da defesa e promoção da história, do património e da memória, da lavra do homenageado.
Há também uma recolha de depoimentos vídeo sobre Travaços dos Santos. A paixão pelo Mosteiro da Batalha e a dedicação à tradição está bem presente.
No sábado passado, na inauguração, José Travaços dos Santos reafirmou a sua reconhecida humildade, considerando a exposição “uma ‘traição’ de alguns amigos”.
“Não era nada disto que queria. Eu não queria homenagens. Não gosto de homenagens”, afirmou, assumindo que o desejo de, isso sim, “lembrar um certo número de batalhenses que estão hoje completamente esquecidos”, pessoas que “prestaram grandes serviços à Batalha e as pessoas nem sabem o nome delas”.
“Um homem ao serviço da cultura” está patente até 9 de abril.