A coordenadora bloquista considerou hoje, domingo, que só com a força no BE e uma “maioria de esquerda que dê estabilidade ao país” é que se salvará o SNS, um setor no qual o líder socialista reconheceu haver problemas.
Mariana Mortágua começou o primeiro dia oficial da campanha para as eleições legislativas no Centro de Saúde da Marinha Grande, juntamente com Rafael Henriques, o cabeça-de-lista do distrito de Leiria, onde teve uma reunião com a Comissão de Utentes em Defesa do SAP 24 Horas da Marinha para ouvir as preocupações desta estrutura.
“Quem reconheceu que as coisas não estão bem no SNS foi o secretário-geral do Partido Socialista, porque elas de facto não estão bem. O Bloco de Esquerda alertou, quando saímos da pandemia, para a necessidade de investir no SNS [Serviço Nacional de Saúde], para evitar o que infelizmente aconteceu: a saída de profissionais e a degradação do serviço”, disse, no final em declarações aos jornalistas.
Para a bloquista, a questão é como é que a partir do dia 10 de março se conseguem pôr em prática as “soluções para salvar o SNS”.
“E a resposta a essa pergunta é uma maioria com a esquerda que dê estabilidade ao país, mas a estabilidade vem das medidas que permitem ter equipa de saúde familiar de proximidade e é a força do Bloco de Esquerda que pode garantir isso, são os votos no Bloco de Esquerda que podem garantir essas soluções e essa é a nossa batalha nestas eleições”, defendeu.
Mais do que apontar o que está errado no SNS, Mariana Mortágua mostrou preocupação nas soluções que é preciso encontrar, deixando claro que “há dois caminhos que não funcionam”.
“Não funciona o sistema do cheque para ir ao privado (…) isso é um sistema espartilhado, mais caro, e em parte a raiz dos problemas que hoje existem no SNS tem mesmo a ver com isso, com o cheque privado, em vez de se conseguir um SNS mais abrangente e mais capaz”, criticou.
No entanto, de acordo com a líder bloquista, “não funciona a resposta que a maioria absoluta do PS deu”, que passou por “reorganizar serviços quando não vai à raiz dos problemas que é falta de recursos”, criticando a “falta de visão” para se conseguir “alargar o SNS” e dar-lhe “um novo folgo”.
“E o objetivo do Bloco de Esquerda nestas eleições é ganhar, e ganhar quer dizer duas coisas: quer dizer uma maioria com a esquerda e só uma maioria com a esquerda garante estabilidade ao país e só uma maioria com a esquerda garante que pomos a saúde primária em primeiro lugar, garante médico de família, enfermeiro de família e equipa de saúde familiar”, reiterou.
Mariana Mortágua acrescentou ainda que “só uma maioria com a esquerda pode significar e significa que a prestação da casa vai baixar e que vai haver teto às rendas”, considerando essencial a força do BE para essa maioria.
“Nós combatemos a pandemia porque tínhamos um SNS que foi capaz de dar resposta e merecia muito mais depois da pandemia. Os profissionais mereciam muito mais do que aquilo que tiveram. O Bloco de Esquerda bateu-se por isso e vai continuar a bater-se por isso, e são os votos no Bloco que decidem se é possível e vai ser possível ter medidas para responder pelo SNS e ter um serviço público que responda pelo país”, apelou.
Mariana Mortágua seguiu depois para o habitual almoço-comício do Interior, que juntou em Viseu os cabeças-de-lista do BE daquele distrito, de Castelo Branco, Guarda, Bragança e Vila Real.