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Cultura

Leiria recorda documentarista António Campos com exposição e ciclo de cinema

O Museu da Imagem em Movimento mostra objetos pessoais do realizador nascido em Leiria e entre 11 e 20 de março são exibidos 14 filmes da sua autoria.

António Campos é recordado este mês em Leiria com uma exposição e um ciclo de cinema que realçam o trabalho de um dos “documentaristas mais relevantes do panorama cinematográfico em Leiria e em Portugal”, sublinhou o município.

O percurso e a obra de António Campos (1922-1999), referência do cinema documental em Portugal, são lembrados no m|i|mo – Museu da Imagem em Movimento até 31 de março.

O museu mostra objetos pessoais do realizador nascido em Leiria, como a câmara de 16 milímetros utilizada em várias das películas, um fotómetro, uma coladeira, fotografias de cena, prémios recebidos e outros documentos da coleção do m|i|mo e da Cinemateca Portuguesa.

Entre os dias 11 e 20 de março, são exibidos 14 filmes de António Campos, repartidos por sete sessões no Teatro Miguel Franco.

“É um dos cineastas e realizadores documentaristas mais relevantes no panorama cinematográfico de Leiria e em Portugal”, afirmou à agência Lusa a vereadora da Cultura do município de Leiria.

Para Anabela Graça, “além do trabalho em vários locais do país”, Campos “realizou um registo documental excecional da região, que em muito contribui para a preservação e divulgação do património imaterial regional”.

A sua marca autoral, filmando “de uma forma quase ‘purista’, pela forma como praticamente não intervinha na composição das cenas que filmou”, contribuiu para que hoje se possa conhecer, “em imagens e sons, as gentes e os locais de outrora, o modo de vida à época, a forma como viviam em comunidade, que de outra forma não se conheceria, pelo menos tão intimamente”.

Segundo a vereadora da Cultura, com a exposição e o ciclo de cinema pretende-se não só dar a conhecer a sua obra, mas também “a forma abnegada como se dedicou ao documentário”.

É importante que “se reconheça o valor excecional de António Campos, não só enquanto homem apaixonado pelo cinema, que, com parcos recursos e equipas pequenas, foi investindo por diversas vezes, e a título pessoal, na realização de inúmeros filmes, mas também o grande cineasta e realizador português e a sua importância no contexto artístico e antropológico português”.

“Este ciclo é fundamental para que todos os leirienses, todas as comunidades regionais e todos os portugueses conheçam o seu trabalho e a herança patrimonial que registou”, defendeu Anabela Graça.

A exposição e o ciclo de cinema acontecem em parceria com a Cinemateca Portuguesa, que realizou um projeto de digitalização e preservação do espólio do documentalista no âmbito do FILMar, projeto com financiamento europeu de 880.000 euros, iniciado em fevereiro de 2020 e que tem como missão digitalizar e preservar 10.000 minutos de filmes do cinema português cuja temática esteja relacionada com o mar.

Esse investimento “permite recuperar a sua memória, o seu trabalho e o património imaterial associado”, notou a autarca. 

Em Leiria, serão exibidos os filmes “A Invenção do Amor”, “Almadraba Atuneira” e “A festa”, no dia 11 de março, enquanto no dia seguinte são projetados “Retratos das margens do rio Lis” e “Histórias selvagens”.

Dia 13 de março, o Teatro Miguel Franco apresenta à tarde “Paredes pintadas da Revolução” e “A tremonha de cristal” e, à noite, “O tesoiro” e “Gente da Praia da Vieira”.

“O senhor” e “Vilarinho das Furnas” são exibidos no dia 18 de março e “Falemos de rio de Onor” passa a 19 de março.

A fechar, no dia 20 de março, o destaque vai para o único filme de António Campos exibido em circuito comercial, “Terra fria” (1992), a partir do romance homónimo de Ferreira de Castro.

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