“A luta é isto”, disse um dos elementos da organização quando questionada sobre se a concentração em Leiria iria manter-se, tendo em conta a chuva forte. E assim foi, às cerca de dez pessoas que às 18 horas já estavam em frente ao Banco das Artes Galeria, juntaram-se outras tantas, com cartazes numa mão e o guarda-chuva na outra.
A concentração organizada pelo Leiria Feminista, núcleo da Rede 8 de Março (Rede 8M), reuniu homens e mulheres, de diferentes orientações sexuais e credos, numa luta pela “igualdade de direitos de todas as pessoas, independentemente de razão de género, de origem, de classe social, de nível de riqueza”
“O nosso movimento é interseccional, por isso é que estão aqui várias bandeiras”, explicou Joana Pinto, elemento da organização, fazendo alusão à presença de pessoas da comunidade LGBTI Leiria.
“Este Dia Internacional da Mulher não é somente um dia de celebração, é principalmente um dia de reivindicação, porque os nossos direitos não estão garantidos, sabemos que o desafio é real, presente e atual”, acrescentou, dando o mote para uma leitura de poemas sobre a mulher e do próprio manifesto do Leiria Feminista.
O protesto, que deverá continuar até às 20 horas, surge como forma de luta “contra a violência doméstica, a violência sexual, a violência obstétrica, o assédio nos espaços público e privado e em contexto laboral, o sistema de justiça machista, a transfobia, o tráfico de meninas e mulheres, a negação dos direitos sexuais e reprodutivos, o racismo e a xenofobia”, entre muitas outras formas de violência de género, frisa a Rede 8M-Leiria Feminista.
No ano em que se celebram cinco décadas do 25 de Abril, a Rede 8M (Rede 8 de Março) relembra também as mulheres que fizeram da resistência anti-fascista durante o Estado Novo e que ajudaram a construir a revolução e o pós-revolução, “mesmo quando silenciadas, tanto pelos opressores como pelos seus pares”.