O território do Geoparque Oeste é já reconhecido como Geoparque Mundial da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).
A chancela concedida pela rede global de Geoparques e validada pelo conselho executivo da UNESCO, permite que a região Oeste passe a ser o sexto Geoparque Mundial em Portugal, integrando o lote de mais de 200 territórios em todo o mundo.
Para João Serra, representante do município da Lourinhã, na presidência da Direção da AGEO – Associação Geoparque Oeste, “é um momento histórico para a região Oeste, mas sobretudo para estes seis municípios que veem agora todo o seu território e produtos reconhecidos pela UNESCO”.
“Acredito que este não é apenas um momento importante, será certamente a primeira pedra de um legado para as futuras gerações, pois passarão a olhar para o seu património natural e local como algo de excecional e único.”
O coordenador executivo do Geoparque Oeste, Miguel Reis Silva, afirma, citado em nota de imprensa, que “este reconhecimento é fruto do trabalho, da vontade, da visão e ambição dos municípios que integram o Geoparque Oeste, pois sempre acreditaram que esta é a estratégia de desenvolvimento regional que devem preconizar, alicerçada na geologia, na biodiversidade, no respeito e promoção das tradições, dos costumes e das pessoas que são o rosto deste Oeste único.
“O que a UNESCO hoje reconhece não é só o património, é acima de tudo a identidade de um território com história e com vontade de mostrar que é no pensar local que está a valorização do que é seu e no bem receber a quem nos visita.”
Em comunicado, a UNESCO destaca a costa marítima da região Oeste, com 15 quilómetros de praias, arribas compostas por camadas geológicas com 230 milhões de anos e as tradições ligadas à pesca.
É feita ainda referência ao património paleontológico, com mais de 180 jazidas, nas quais foram descobertas 12 espécies e dois dos 12 ninhos fossilizados com embriões de dinossauro existentes em todo o mundo.
A UNESCO designou ontem 18 novos geoparques localizados no Brasil, China, Croácia, Dinamarca, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Polónia, Portugal e Espanha, entre os quais o Geoparque Oeste.
O Geoparque Oeste é gerido pela AGEO – Associação Geoparque Oeste, constituída em 2018 pelos municípios do Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Peniche e Torres Vedras.
Em 2020, a equipa técnica iniciou a investigação de sítios, atividades e programas turísticos que fundamentaram a candidatura apresentada formalmente em 2022 à Rede Mundial de Geoparques.
Além do Geoparque, o Oeste possui outras chancelas da UNESCO: as Berlengas – Reserva da Biosfera, Caldas da Rainha – Cidade Criativa do Artesanato e Artes Populares, o Mosteiro de Alcobaça – Património Mundial da UNESCO e Óbidos Cidade Criativa da Literatura.
A região Oeste integra os concelhos de Alcobaça, Nazaré, Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral (distrito de Leiria), Lourinhã, Cadaval, Torres Vedras, Sobral de Monte Agraço, Alenquer e Arruda dos Vinhos (distrito de Lisboa).
A Rede de Geoparques Mundiais foi criada em 2004 e conta atualmente com 213 geoparques distribuídos por 48 países do mundo.
Em Portugal, o Oeste junta-se a mais cinco geoparques: Naturtejo, Arouca, Açores, Terras de Cavaleiros e Serra da Estrela.