A Câmara de Figueiró dos Vinhos aprovou incentivos à fixação de médicos de família no concelho, que incluem apoios ao alojamento ou à deslocação, disse o presidente daquele autarquia do norte do distrito de Leiria.
Segundo Jorge Abreu, no caso de arrendamento, o subsídio de alojamento é no máximo de 400 euros mensais.
Já na aquisição ou construção de habitação própria e permanente, o subsídio é no valor correspondente à prestação mensal do crédito à habitação até ao montante máximo de 500 euros.
Quanto ao subsídio de deslocação para médicos que residam fora do concelho, estes variam entre 150 euros mensais (até 25 quilómetros/dia) e os 500 euros mensais (superior a 50 quilómetros/dia).
Outros dos apoios contemplados no projeto de Regulamento Municipal de Atribuição de Incentivos à Fixação de Médicos na Unidade de Saúde Familiar (USF) do concelho passam, por exemplo, pelo acesso gratuito a equipamentos desportivos ou a iniciativas culturais promovidas pelo município.
“Pretendemos criar algum incentivo para que os médicos possam, essencialmente, fixar-se aqui no concelho”, afirmou à agência Lusa Jorge Abreu, acreditando que “poderá, assim, tornar mais fácil ou mais apetecível quem concorre fixar-se nesta região”.
O autarca explicou que a Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra, da qual faz parte Figueiró dos Vinhos, “está também a equacionar fazer um regulamento que seja transversal a todos os concelhos, para que não haja desigualdades”.
“Se assim for, o nosso regulamento prevê que poderá ser suspenso e prevalecer o da ULS, se vier a concretizar-se, para não criar desigualdades dentro dos vários municípios”, declarou, assegurando que, “para já, pelo sim, pelo não”, a autarquia avança com um regulamento próprio.
Reconhecendo que há falta de médicos e “muito mais no Interior” do país, o autarca realçou que o objetivo do regulamento é “criar condições para que não faltem médicos nesta região”, nomeadamente no concelho de Figueiró dos Vinhos.
De acordo com o autarca, o facto de a USF ter passado a modelo B “é uma vantagem para quem cá trabalha, mas também para a população”, pois “aumenta o número de utentes por médico, o que, logicamente, diminui a quantidade de médicos necessários”, embora haja uma “sobrecarga” para os clínicos, mas com “contrapartidas financeiras”.
“Neste momento, há situações muito piores noutros concelhos”, disse, quando questionado sobre a falta de médicos em Figueiró dos Vinhos, ressalvando que com o regulamento a Câmara está, “atempadamente, a criar condições” para não ocorrer uma “situação de rutura”.
A este propósito, lembrou que há médicos quase a atingir a idade para se reformarem.
“Estamos já a precaver o futuro, ou seja, a criar incentivos” para que a substituição desses clínicos seja apelativa para outros, acrescentou o presidente do município.
Jorge Abreu esclareceu que o regulamento, após ter sido aprovado por unanimidade em reunião do executivo municipal no mês passado, vai ser submetido a reunião da Assembleia Municipal ainda em abril.
Se for aprovado, o autarca admitiu que possa entrar em vigor já em maio.