A importância da parentalidade positiva foi o ponto destacado pela presidente da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Leiria, em declarações ao REGIÃO DE LEIRIA, no último dia do mês da Prevenção dos Maus Tratos na Infância.
Para Milene Ferreira, é importante olhar neste mês de abril para o desenvolvimento da parentalidade positiva: “podermos apoiar os pais” para que eduquem “através de regras, mas com afeto, com estabelecimento de limites concretos, consistentes ao longo do tempo, que ajudem as crianças a crescer de forma saudável, para que se tornem também adultos saudáveis”.
Segundo a responsável, falta atualmente formação parental e acesso a informação. “Muitas vezes os pais têm dificuldade em lidar com certos comportamentos dos filhos. Socialmente, os miúdos têm agora muito acesso à internet e os pais têm dificuldade em limitar esse acesso”, exemplifica, realçando que ser progenitor é “uma tarefa extremamente exigente” e é necessário “sensibilizar” para os desafios que advêm do nascimento de um bebé.
Milene Ferreira considera que a falta de formação parental pode ser resolvida com a mobilização das estruturas existentes para que se foquem “em ações mais concretas, focadas na parentalidade”.
A frequência dos programas dos centros de saúde para futuros pais é um primeiro passo que pode ser dado para combater esta “falta de informação e de estratégias”, conclui.
A presidente da CPCJ de Leiria indicou ainda que a problemática mais sinalizada no distrito é a violência doméstica, “quase transversal a todas as faixas etárias”, e alertou para o facto de esta constituir uma situação de maus tratos para as crianças envolvidas.
A seguir à violência doméstica está a negligência: “negligenciar uma criança, não a acompanhar, não lhe prestar os cuidados de saúde, de higiene, de conforto, não deixa de ser uma forma de maltratar, neste caso pela omissão de ações”.
No último dia do mês da Prevenção dos Maus Tratos na Infância, que se assinala esta terça-feira, 30 de abril, vários elementos da CPCJ, da Segurança Social, da PSP e GNR de Leiria, Mulher Século XXI, autarquia de Leiria, núcleos de Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental, CRID (Centro de Recursos para a Inclusão Digital) de Leiria e escolas juntaram-se na praça Rodrigues Lobo, para criar um laço humano.
A iniciativa foi realizada às 11h30, a nível nacional.
