O Centro de Inovação em Tecnologias e Cuidados de Saúde da Escola Superior de Saúde (ESSLei) do Politécnico de Leiria ciTechCare tem mais de 400 papers publicados em bases científicas, em cinco anos.
A coordenadora do Politécnico de Leiria, Maria Guarino, disse que, ao longo dos cinco anos de existência, o ciTechCare tem tido um “grande crescimento” na produção de investigação e que supera os 400 papers publicados em bases científicas indexadas, 22 estudantes de doutoramento, nove dos quais com bolsas financiadas e dois são profissionais de saúde do hospital de Leiria, cujo centro de investigação é parceiro em vários projetos.
“A ideia é que estes investigadores altamente diferenciados possam fazer os seus projetos de investigação enquanto estão a exercer atividade assistencial, ou seja, possam fazer o seu trabalho clínico e, ao mesmo tempo, gerar dados para projetos de investigação”, apontou Maria Guarino.
A responsável revelou ainda que, dos 36 projetos financiados que o ciTechCare conseguiu, 13 têm colaborações internacionais, com instituições de grande dimensão, como Harvard Medical School.
O centro de investigação da ESSLei tem 14 protocolos estabelecidos com instituições sociais e recebe utentes, que contribuem para o “desenho de produtos de apoio customizados”, informou ainda, ao considerar o OncoEnergy – um manual de exercício físico para pessoas com cancro – como um dos projetos com mais impacto nos doentes.
O 2Arts, um programa de reabilitação cardíaca, é outro dos estudos relevantes do ciTechCare, que permitiu a aquisição de “um equipamento muito diferenciador, que está instalado no hospital de Leiria” e tem “uma utilização muito importante para a investigação”.
A coordenadora do ciTechCare destacou ainda os trabalhos desenvolvidos a nível dos produtos de apoio, através do aTOPlab, e de estudos nos cuidados paliativos.
A criação do ciTechCare colocou Leiria no mapa, em termos de investigação. Hoje, “o Politécnico de Leiria é reconhecido como fazendo investigação de muita qualidade na área da saúde. Somos contactados por gente de todo o país que quer fazer doutoramentos connosco e há muita pressão para saber quando é que o Politécnico terá doutoramentos na área da saúde, porque já nos reconhecem competências científicas capazes de dar formação de qualidade a este nível”, assumiu.
Um dos principais objetivos é precisamente garantir uma classificação de muito bom ou excelente na avaliação da Fundação para a Ciência e a Tecnologia para ser possível outorgar o grau doutor. “Há muita gente a procurar, especialmente nas áreas da reabilitação respiratória e cardíaca, produtos de apoio e tecnologia assistida e cuidados paliativos”, referiu Maria Guarino.
O ciTechCare pretende ainda “construir maiores ligações com as empresas” e mostrar-lhes “os desafios na área da saúde, nomeadamente na área dos dispositivos médicos”.
Maria Guarino adiantou que pretende criar um laboratório de comunicação para profissionais de saúde na área dos cuidados paliativos e do luto.
Os cinco anos do ciTechCare são assinalados, em conjunto com os dez anos do centro de investigação do Hospital de Santo André, em Leiria, com a realização do congresso “Investigação, Inovação e Sustentabilidade em Saúde”, que termina hoje no auditório da ESSLei.
O congresso reunirá nomes de destaque entre a comunidade científica e académica, oriundos de mais de duas dezenas de instituições.
A inteligência artificial na medicina, a saúde digital, a sustentabilidade na saúde, o envelhecimento ativo, o papel da investigação e a robótica são alguns dos eixos em destaque no evento, que conta a participação de Alexander Kamadu, representante da World Rehabilitation Alliance da Organização Mundial de Saúde, entre outros especialistas.