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Leiria

Gonçalo Lopes diz que “Leiria tem sido marginalizada de forma crónica” e pede investimentos urgentes

Presidente da Câmara de Leiria reivindicou mais investimentos do poder central nas áreas da saúde à segurança, justiça e rede viária.

Gonçalo Lopes elencou ainda, na sua intervenção, os investimentos realizados, em curso e projetados, para “afirmar Leiria como um território liderante e cada vez mais atrativo"

“Leiria tem sido marginalizada, de forma crónica, na distribuição de investimento público por parte do Poder Central, independentemente da cor política que governa o país”.  O alerta voltou a ser lançado esta quarta-feira pelo presidente da Câmara de Leiria, durante a sessão comemorativa do Dia do Município.

Entre os investimentos estruturais que considera urgentes, Gonçalo Lopes reiterou a necessidade de intervir no Hospital de Santo André e reforçar os meios humanos na área da saúde. Reclamou ainda a concretização do projeto de alta velocidade, a melhoria da EN 242, uma das principais vias de ligação à Marinha Grande, e a isenção de portagens na A8 no troço entre as duas cidades.

O autarca voltou a insistir na melhoria das condições de trabalho para a PSP e GNR e na necessidade de construção de uma “cidade judicial” que há muito tem sido anunciada, sem nunca sair do papel.

“Estamos demasiado longe de Lisboa para recebermos os avultados investimentos destinados ao desenvolvimento daquela área metropolitana e demasiado próximos para sermos contemplados nas estratégias de investimento solidário destinadas às zonas do interior”, lamentou Gonçalo Lopes, certo de que, se aqueles pedidos fossem atendidos, Leiria poderia “aumentar de forma exponencial o seu contributo para o desenvolvimento nacional”.

Segundo o edil “Leiria tem sido cronicamente remetida para uma posição marginal na repartição de investimento público, que se quer justa, equilibrada e proporcional ao contributo” que é dado pelo concelho “para a criação de riqueza no país”

No plano local, aproveitou para elencar os diversos investimentos realizados, em curso e projetados, com o objetivo de “afirmar Leiria como um território liderante e cada vez mais atrativo”.

Entre estes, destacou a construção do Centro Escolar dos Marrazes e a reabilitação da Secundária Afonso Lopes Vieira e da EB D. Dinis, o lançamento do novo concurso para garantir os circuitos Mobilis nos próximos oito anos, a construção do novo terminal rodoviário e de parques de estacionamento periféricos.

Referiu ainda a construção de novos centros de saúde e o investimento no projeto Bata Branca que visa colmatar a falta de médicos nos cuidados de saúde primários, e que já permitiu, em quatro meses, disponibilizar cerca de “16 mil consultas a utentes sem médico de família”.

A conclusão da Black Box – Plataforma de Criação Artística de Leiria, que é inaugurada esta quarta-feira, a abertura a curto prazo do renovado parque verde da encosta do Castelo e a reabilitação em curso do Centro de Artes Villa Portela são outras intervenções que considera    

O arranque do projeto do Parque Empresarial de Monte Redondo, os passos dados para resolver o problema da poluição agropecuária com previsão de construção de duas unidades para transformar os efluentes do setor agropecuário em energia, o reforço do sistema de videovigilância na cidade, a criação de um corpo de Polícia Municipal, bem como o reforço do apoio financeiro às freguesias no valor de 12 milhões de euros, e a redução do endividamento da Câmara em 85% nos últimos 13 anos foram outros motivos de destaque.

“Leiria é um projeto coletivo”, sublinhou também o autarca, realçando o contributo dos vereadores que o acompanham e dos trabalhadores do município, que, “perante os diversos desafios dos últimos anos, têm demonstrado uma entrega e dedicação inexcedíveis”.

António Lacerda Sales, presidente da Assembleia Municipal de Leiria Foto: Fernando Rodrigues

António Lacerda Sales, presidente da Assembleia Municipal, considerou por sua vez que o concelho de Leiria “pode e deve desempenhar um papel significativo e ter impacto na União Europeia de diferentes formas” em conjugação com outras regiões e em várias vertentes.

“É fundamental reconhecer o papel crucial que a nossa cidade desempenha no cenário regional, nacional e internacional”, destacou.

Afirmando a interculturalidade de Leiria, o autarca frisou que é também “um exemplo de inclusão social e de boa convivência entre diferentes culturas” e tem “desafios de futuro” na resposta às necessidades da população.

Entre estas, Lacerda Sales defendeu o aumento do parque público de arrendamento acessível, a “integração de cuidados primários, hospitalares e continuados com expressão nos cuidados domiciliários”, que são a “única forma de integrar respostas, olhando para a prevenção da doença e promoção da saúde com particular realce”, assim como o aumento dos espaços verdes e a redução dos tráfego automóvel para, entre outras medidas mitigar os efeitos das alterações climáticas.

Branca de Matos, vereadora do PSD na Câmara de Leiria Foto: Fernando Rodrigues

Um tópico que mereceu também destaque da vereadora Branca de Matos (PSD), que, em representação da oposição, alertou para a necessidade de Leiria estar preparado para prevenir o risco de incêndios e de inundações.

Defendeu ainda a necessidade de minorar a falta de recursos médicos e melhorar o hospital de Leiria, garantir habitação digna e acessível, a par de “um desenvolvimento urbano sustentável, incluso e eficiente”.

Após a atribuição de homenagens a trabalhadores do município pelos serviços prestados e entrega de 26 medalhas de reconhecimento municipal a pessoas, empresas e instituições pelo seu contributo em prol do desenvolvimento do concelho, subiu ao palco do Teatro José Lúcio da Silva o historiador José Pacheco Pereira, orador convidado da cerimónia.

José Pacheco Pereira, orador convidado da sessão solene do Dia do Município Foto: Fernando Rodrigues

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