A chamada “Uberização da economia”, com empregos sem empresas, é uma relação recente e estranha. É preocupante?
Vejo esta “Uberização da economia”, e da sociedade, no fundo, com muita preocupação. Porque a “Uberização” significa precaridade e esta, quando se liga à ideia de futuro, significa que as pessoas vivem no desenrascanso, ficam desprotegidas, retira a possibilidade de pensarem, de planearem qualquer coisa. Estas empresas chamam-lhes colaboradores e juridicamente a ideia é que estes trabalhadores se auto-empregam. E não é verdade, é uma ilusão, porque não têm qualquer vínculo, e porque ganhas muito pouco e trabalham muitas horas. E não têm acesso ao subsídio de desemprego. E há ainda outro problema: os algoritmos não são neutros. O algoritmo está feito para excluir aqueles que não têm comportamentos adequados, aqueles que podem ter feito greve ou outro tipo de comportamentos menos bons para as empresas.
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