De “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, de José Mário Branco (originalmente editado em 1971) ao disco de estreia de Capicua, de 2012, há sete discos emblemáticos para a música portuguesa que estão a ganhar nova vida: são os primeiros lançamentos da Phonograma, nova editora especializada em vinil, fundada pelo radialista e divulgador Henrique Amaro (Antena 3), por Jorge Álvares, um dos responsáveis pela fábrica de vinil Grama Pressing, e por Hugo Ferreira, responsável, entre outros, Omnichord, de Leiria.
Os três especialistas elaboraram uma lista de quase meia centena de edições que fizeram história na música nacional e que estão descontinuados ou nunca tinham sido editados em vinil. “São autênticos clássicos e outros que foram disruptivos, mas que fazem todo o sentido nos dias de hoje”, explicou Hugo Ferreira, na semana do lançamento.
Da seleção inicial, foram escolhidos sete títulos que mexem com muitos fãs: além dos dois referidos, voltam ao mercado “Free pop” (1987), dos Pop Dell’Arte, o EP “Remar Remar (versão longa)” (1984), dos Xutos & Pontapés, “Pé na Tchôn, Karapinha na Céu” (1995), de General D, “Domingo do mundo” (1997), de Sérgio Godinho, e “Música para uma nova tradição” (2010), compilação de Megafone.
“É uma escolha plural”, aponta Hugo Ferreira, considerando que, além de interessarem a quem os viveu quando foram lançados, “envelheceram muito bem” e, por isso, “faz sentido serem passados a mais público, a novas gerações”.
Afinal, são disco que, “quando os ouvimos hoje, sentimos que são trabalhos modernos” e que “apontam o futuro”.
“Editados com os grafismos originais, a partir das fitas e ficheiros originais, a primeira coleção da Phonograma está à venda em diversas lojas da especialidade. A editora não comercializa dos vinis, mas eles podem ser encontrados, por exemplo, na Rastilho (www.rastilho.com), de Leiria.