A Bandeira Nacional, hasteada no domingo, no Memorial às Vítimas dos Incêndios de 2017, em Pedrógão Grande, no âmbito das comemorações do Dia de Portugal, foi hoje entregue pelo chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas à associação de vítimas.
Numa breve cerimónia, no memorial, sob chuva intensa, a Bandeira Nacional foi arriada ao som do Hino Nacional, perante a presença de autoridades militares, autarcas, membros da Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande (AVIPG) e alguns populares que, no final, bateram palmas.
À agência Lusa, o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, general José Nunes da Fonseca, lembrou que a Bandeira Nacional é o “símbolo mais importante” do país.
“Representa aquilo que se deve defender, representa o país, representa os portugueses e, quando viemos para estas comemorações, à semelhança de anteriores comemorações, içamos sempre a Bandeira Nacional”, explicou.
Segundo o general, “enquanto as Forças Armadas estão no período da sua permanência, a bandeira está içada”.
“No final, entregamos de uma forma simbólica à entidade mais representativa e não podia ser outra senão a entidade a quem entregámos, simbolizando o nosso profundo respeito e o apoio que nós queremos continuar a prestar a todos os que sofreram e a confiança que nós depositamos, para que ultrapassem as dificuldades e as contingências”, acrescentou o general José Nunes da Fonseca.
A presidente da AVIPG, Dina Duarte, disse, emocionada, enquanto segurava a Bandeira Nacional, que o símbolo é para o território, esclarecendo que a associação recebe-o porque reúne vítimas, familiares e amigos destas.
Adiantando ser uma “honra muito grande” que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tenha escolhido este local para realizar o 10 de Junho”, Dina Duarte salientou ser também “uma honra muito grande que esta Bandeira de Portugal, que esteve hasteada neste Dia de Portugal, seja doada à associação de vítimas, que vai cuidar dela com todo o amor”.
O vice-presidente da AVIPG, Rui Rosinha, bombeiro que ficou gravemente ferido nos incêndios de junho de 2017, assinalou que este momento “significa muito (…) o reconhecimento de quem tanto ajudou naquela altura do incêndio”.
As comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas decorreram este ano em Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, os concelhos mais fustigados pelos incêndios de junho de 2017.
O Memorial às Vítimas dos Incêndios de 2017 abriu em 15 de junho de 2023, junto à Estrada Nacional (EN) 236-1, na zona de Pobrais, Pedrógão Grande (Leiria), com o nome das 115 vítimas mortais dos fogos naquele ano.
No final desse mês, Marcelo Rebelo de Sousa, no local do memorial, sugeriu que a celebração do Dia de Portugal em 2024 deveria realizar-se na zona afetada pelos grandes incêndios de Pedrógão Grande, o que se concretizou.
Os incêndios que deflagraram em 17 de junho de 2017 – passam sete anos na próxima segunda-feira – em Pedrógão Grande e que alastraram a concelhos vizinhos provocaram a morte de 66 pessoas, além de ferimentos noutras 253, sete das quais graves. Os fogos destruíram cerca de meio milhar de casas e 50 empresas.
A maioria das vítimas mortais foi encontrada na EN 236-1, que liga Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos.
Em outubro do mesmo ano, outros incêndios na região Centro provocaram 49 mortos e cerca de 70 feridos, registando-se ainda a destruição, total ou parcial, de cerca de 1.500 casas e mais de 500 empresas.