Muito se fala sobre o impacto da Inteligência Artificial (IA), o seu desenvolvimento, os grandes riscos, as grandes descobertas. Se pudesse dizer algo novo sobre a IA, que não está sempre a ser repetido, o que seria?
Talvez voltasse atrás, ao início. Tudo o que nos é mostrado nas redes sociais, quando vamos ao Google, quando recebemos e-mails ou mensagens personalizadas, etc…, tudo são sistemas de IA que estão a tentar perceber quem somos, o que nos interessa, como pensamos, como vivemos. A publicidade dirigida é isso mesmo. A IA está em milhares de interações nos nossos dias, seja com clientes, na eficácia de tratamentos, na vigilância ou identificação biométrica, até na previsão do tempo, e podia continuar. Deste ponto de vista, já estamos “no futuro”, com a IA entre nós, as pessoas esquecem-se disso. Agora, esses sistemas são relativamente… vamos chamar-lhes “transparentes”. Com o aparecimento e visibilidade dos LLM (“Large Language Models” ou IA generativa, capaz de gerar texto, imagens ou vídeo, como o Chat GPT ou o Bard), há um foco maior na forma como a IA pode, ou não, ocupar um lugar na sociedade que, até agora, é ocupado exclusivamente pelos humanos. Hoje, ainda vivemos um tempo em que usamos o Chat GPT durante poucas horas e não está em todo o lado. A maior influência da IA ainda é através dos sistemas informáticos e das aplicações que toda a gente usa. Mas isso vai durar pouco. E não quer dizer que não seja já uma influência muito forte, global, que concentra muito poder a todos os níveis.
Arlindo Oliveira: “Se usarmos de forma eficaz a IA, cada pessoa podia ficar 1.500 euros mais rica por ano”
Seriam 15 mil milhões de euros por ano a mais (ou uma subida de 6%) no Produto Interno Bruto (PIB) português. Quem o diz é Arlindo Oliveira, presidente do INESC, que cita um estudo encomendado pela Google. Os prós e contras de uma sociedade cada vez mais tecnológica e de um poder centralizado, segundo um dos especialistas portugueses em Inteligência Artificial (IA).