João Mourinho estava a aproveitar um dia em família no parque de merendas de Amor, no concelho de Leiria, quando viu algumas crianças saírem a correr de dentro de água afirmando que tinham visto uma cobra. A curiosidade despertou e o elemento da Naturalis aproximou-se da água onde encontrou, na tarde de 2 de junho, uma cobra-de-água-viperina “a passear”. Foi então que decidiu usar o seu conhecimento para mudar mentalidades.
“Estas são excelentes oportunidades para educar as pessoas e fazê-las perceber que nem tudo é mau ou faz mal”, explica numa publicação partilhada na página de Facebook da Naturalis, associação que se dedica à fotografia do património natural da região de Leiria e à proteção ambiental.
Após uma breve explicação às dezenas de crianças e adultos que se aproximaram, João Mourinho afirma que o momento “foi muito gratificante”, pois as pessoas que antes fugiam com medo ficaram descansadas. Algumas até tiveram coragem de tocar no animal.
“Por fim, com toda a gente esclarecida fez-se a libertação [da cobra] numa área segura e lá foi ela à sua vida”, acrescenta. O especialista sublinha que, apesar de o ter feito, não se deve agarrar em animais selvagens, uma vez que se corre o risco de sofrer lesões, mordeduras ou até mesmo a transmissão de doenças. Neste caso, a cobra-de-água-viperina “trata-se de uma espécie que não apresentava qualquer tipo de perigo”, aponta.
Este animal pode atingir entre os 65 e os 130 centímetros e é facilmente encontrado em ribeiros, lagos ou lagoas. Tem uma forte presença em Portugal, especialmente na nascente do rio Lis. Estas cobras alimentam-se maioritariamente de anfíbios, como girinos, rãs e pequenos peixes.
João Mourinho considera que “ainda existem muitos mitos associados a estes animais fantásticos”, mas lembra que as cobras são, por exemplo, uma grande ajuda no controlo de pragas.