O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários apontou uma “condição de baixa energia mecânica” para a queda da aeronave em Leiria, na semana passada, cuja investigação prossegue.
Numa nota informativa a que a Lusa teve acesso, sobre a queda da aeronave no aeródromo do Falcão, em Leiria, na quinta-feira, dia 6, o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) esclarece que pelas 17h45, um instrutor e um aluno iniciaram os preparativos para um voo local de circuitos de aeródromo, tendo a descolagem, “seguida de um toca e anda”, não revelado qualquer anomalia.
Quando, pelas 18h05, a aeronave iniciou um novo circuito durante a subida, a tripulação “apercebeu-se que a performance não era a esperada, com a velocidade indicada em valores decrescentes”.
Declarada a emergência, o instrutor assumiu o comando e tentou aterrar a aeronave Cessna F-150H. “A falta de performance foi novamente sentida pela tripulação na linha de subida já em volta pela esquerda. Numa condição de baixa energia mecânica, a aeronave, em volta apertada pela esquerda, entrou em perda aerodinâmica, tendo a ponta direita da asa colidido com um cabo de baixa tensão”, refere o comunicado.
Após a colisão contra o cabo, seguiu-se uma “colisão violenta sobre a secção dianteira da aeronave na estrada (N109) e consequente ressalto e projeção para um caminho de terra paralelo à estrada e imobilizando-se num silvado próximo”.
“O piloto sentado à esquerda ficou com ferimentos ligeiros e saiu pelos próprios meios. O instrutor sentado à direita sofreu ferimentos graves e foi assistido ainda na aeronave.”
A tripulação estava “devidamente autorizada e certificada para realizar o voo” e a meteorologia propícia à realização do voo.
“A aeronave, embora com deformações e danos significativos na estrutura primária e motor, manteve o espaço de sobrevivência da cabine. Ambos os ocupantes usavam os cintos de segurança de três pontos”, lê-se na nota.
O GPIAAF foi notificado e abriu um processo de investigação de segurança às causas do acidente, que irá avaliar, entre outros aspetos, “o funcionamento da aeronave no pré-evento, incluindo a análise ao motor, a experiência de voo e os procedimentos efetuados pela tripulação, os procedimentos de treino em vigor na coletividade”.
Segundo a nota informativa, a investigação “visa unicamente identificar os fatores causais e contributivos envolvidos nos acidentes”, com vista à eventual emissão de recomendações para prevenção e melhoria da segurança da aviação civil.
O relatório final será publicado após o procedimento de audiência prévia às partes relevantes, que deverá ficar concluído num prazo máximo de 12 meses.