Há “mais de 18 mil utentes sem médico de família atribuído, ou seja, cerca de 40% da nossa população”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Ourém, Luís Albuquerque, no discurso do dia do município, a 20 de junho, pedindo a intervenção do Estado Central para resolver este assunto.
Ao secretário de Estado do Planeamento e Desenvolvimento Regional, Hélder Reis, o edil ouriense assinalou que este é “um transtorno enorme para o nosso concelho”, problema que “só não é mais gravoso” porque foi implementado o projeto “Bata-Branca”. Atualmente, nove médicos prestam serviço, 150 horas semanais, num investimento “a rondar os 100 mil euros/ano”.
O presidente da Câmara voltou a defender que “um Serviço de Atendimento Permanente (SAP) é uma necessidade premente”. A sua implementação permitiria um “grande desafogo” das Urgências do Hospital de Leiria e “poderia satisfazer as necessidades da nossa população”.
O caderno de encargos apresentado pelo autarca incluiu, na área das acessibilidades, a falta de ligação do IC9 à A1 que “continua por executar, ou até mesmo de planear”, fez notar Albuquerque. “Infelizmente, e para surpresa nossa, tendo em conta os antecedentes, não constou nas Missed Links do PRR”, acrescentou.
Já antes, na sua intervenção, o presidente da Assembleia Municipal de Ourém e Secretário de Estado da Agricultura havia partilhado com o colega de governo as necessidades sentidas pelo concelho, em termos de acessibilidades. “Temos a linha do norte, a principal infraestrutura ferroviária do país, que está tão próxima de uma outra, mas que infelizmente não se ligam”. João Moura defende que este recurso “atravessa o concelho mas que dele não extraímos a sua máxima potencialidade”.
Moura fez notar a necessidade de ligação da A1 ao IC9, “que vem da A13, e que atravessa a A1 e pára na Nazaré, mas não se intercetam”.
O secretário de Estado do Planeamento e Desenvolvimento Regional considerou que a inauguração da Área de Acolhimento Empresarial de Freixianda é “um embrião do que deve ser no futuro, tornar a vida daqueles que aqui estão melhor (no futuro), porque o progresso é isso”.
O governante defendeu que esta obra, financiada com fundos europeus e “fruto da coesão territorial, é também crucial para fixar os jovens ourienses e captar investimentos empresariais trazendo empregos e melhorias ao concelho”.
Hélder Reis salientou ainda “a aposta na educação e formação da população como condição essencial” para o desenvolvimento. A par da “necessidade de melhorar condições de saúde”, o secretário de Estado sustentou que “a natalidade é, se não for alterado, um dos problemas mais graves que o nosso país vai ter a braços daqui a 30 anos”, pelo que “devemos criar condições para promover a natalidade”.