Mais uma semana transbordante de propostas do Cistermúsica, que até quarta-feira leva a palco 13 propostas que se concentram sobretudo em Alcobaça, mas que levam também o festival aos concelhos de Coimbra, Arouca e Porto de Mós.
O destaque vai para a programação Non-Stop, que promete cinco espetáculos entre as 15h30 e a meia noite de sábado. O primeiro momento vai do corridinho ao tango, de Portugal à Argentina e de Lopes-Graça a Piazzolla com David Silva (flauta) e Júlio Guerreiro (guitarra) a atuarem num local que faz a estreia no festival: a Capela do Desterro do Mosteiro de Alcobaça. Situada na cerca íntima monástica e habitualmente fechada à visitação, a capela abre excecionalmente para este concerto.
“É uma obra-prima do barroco português, uma obra de arte total, com talha, azulejo, pintura mural, com tudo. Está primorosamente bem conservada”, destacou a diretora do monumento, Ana Pagará, na apresentação do festival.
O concerto será “muito especial”, tanto porque é “uma pérola tão importante” do património – é Monumento Nacional desde 1910 – mas também porque o espaço é bastante pequeno, estando a lotação limitada a menos de 40 lugares (15h30, 12 euros).
Non-Stop completa-se com: o Quarteto Camões e o guitarrista Dejan Ivanovich a interpretarem na Cerca do Mosteiro um programa em que se sente o papel do tempo na obra musical e na vida do compositor (17h, 12 euros); o CooLaboratório Ensemble de jazz de Joana Espadinha e João Firmino no bosque junto à Ala Sul (19h, entrada livre); o encontro entre o trio de Mário Laginha e o também pianista Vasco Dantas no Claustro D. Dinis no projeto “Mongrel” (21h30, 20 euros); e o Repercussion Trio no Armazém das Artes, com o luminoso “Intermitências” (23h30, 12 euros).
No domingo, o Cistermúsica deixa a intimidade e a monumentalidade do Mosteiro por um momento e leva música até um dos tesouros do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. Na Fórnea, o quinteto de metais Notas do Campo leva Debussy, Häendel e Bizet, entre outros, ao anfiteatro natural. Os trompetes, trombones e trompa fazem-se ouvir a partir das 17 horas, com entrada livre.
Também no dia 14, há “Pythia” no Refeitório do Mosteiro, pelo Ensemble Irini, que traz de França um programa que espelha a figura do recetáculo feminino do divino no Ocidente e no Oriente (18h, 12 euros).
Antes ainda do fim de semana, já nesta quinta-feira, dia 11 (21h30, 12 euros), há outro concerto especial a animar mais um palco de exceção: na Adega dos Balseiros, no Museu do Vinho de Alcobaça, ouvem-se temas da Revolução, em “Change”, espetáculo de Elsa de Lacerda (violino) e Nathanaël Gouin (piano), um discípulo de Maria João Pires.
Há diversas outras propostas por estes dias no festival de Alcobaça, que podem ser consultadas em detalhe em https://www.cistermusica.com/pt/programacao.
