A Startup Leiria tem entre 150 e 160 projetos incubados e quer continuar a crescer e ser referência, disse à agência Lusa o seu diretor-geral, Vítor Ferreira.
“O nosso objetivo é continuarmos a crescer. Temos uma grande missão, que é apoiar o empreendedorismo regional, nacional e internacional, e temos, pelo menos, 30 projetos internacionais connosco. E o nosso objetivo é continuar a crescer e ser uma referência”, afirmou Vítor Ferreira.
A origem da Startup Leiria remonta a 2004, quando foi criada a Incubadora D. Dinis (IDD). Em 2018, nasceu a Startup Leiria. Em ambas, os fundadores iniciais foram a Associação Empresarial da Região de Leiria/Câmara de Comércio e Indústria, Município e Politécnico de Leiria, aos quais se juntaram outras entidades e empresas.
Em 2020, IDD e Startup Leiria fundiram-se, assumindo a designação da última, que é uma associação sem fins lucrativos com 36 associados, sendo aquelas instituições os principais.
Sobre as perspetivas de crescimento, o responsável referiu que a Startup Leiria cresceu “mais de 100% nos últimos dois anos [em volume de negócios]” e é “o quinto maior ecossistema de inovação e empreendedorismo em Portugal pelo ‘ranking’ Startup Ecosystem da StartupBlink”.
Admitindo que o objetivo “era ser o primeiro [ecossistema] a 10, 15 anos”, embora reconheça que não vai alcançar Lisboa e Porto, Vítor Ferreira garantiu, contudo, continuidade no crescimento.
“Vamos continuar a crescer e espero este ano continuarmos a crescer cerca de 25%, 30% [em volume de negócios que, em 2023, foi de 690 mil euros]”, apontou o diretor-geral da Startup Leiria.
Segundo Vítor Ferreira, o desejo da Startup é também aumentar os espaços, atualmente no Mercado Municipal, Parceiros e Olhalvas, neste último com incubadora social.
“Estamos cheios nos três edifícios, temos ainda algumas posições de ‘cowork’ [trabalho partilhado], mas não temos escritórios para empresas”, reconheceu, frisando que “Leiria é uma região muito atrativa para startups, mas também para empreendedores internacionais que veem a região de Leiria como um ponto de entrada para o resto de Portugal e para a Europa”.
Este responsável adiantou que decorrem conversas com a Câmara Municipal de Leiria para a Startup investir num outro espaço do Mercado Municipal que, a concretizar-se, seriam, “pelo menos, mais 900 metros quadrados a médio prazo”.
“Temos uma lista de espera de mais 15, 20 empresas neste momento para escritórios [incubação física]”, declarou.
O diretor-geral apontou ainda outra meta: “mais parcerias”.
“Neste momento, estamos em parceria” com as câmaras da Batalha, Ansião e Alcobaça e, em breve, com a de Alcanena, precisou, desejando, igualmente, “mais qualidade de projetos”.
A este propósito, realçou ser importante que os projetos incubados na Startup Leiria “sejam intensivos em conhecimento” e tenham “efeitos de externalidades para a região, criando emprego altamente qualificado e alavancando outras empresas a montante e a jusante”.
O diretor-geral acrescentou que, em duas décadas, já foram apoiadas “mais de 600” empresas.
“Nós somos não verticalizados, portanto, basicamente aceitamos todos os negócios desde que sejam intensivos em conhecimento, embora, em abono da verdade, 80% das empresas são da área das tecnologias da informação”, explicou Vítor Ferreira.
Atualmente, a Startup Leiria tem “entre 150 e 160 projetos incubados, entre incubações virtuais e incubações físicas”, sendo que nesta última há direito a espaço.
“Qualquer empresa que entra no ecossistema, independentemente de estar em incubação virtual ou física, tem direito sempre a um acompanhamento pessoal através de um gestor de cliente”, referiu.
Notando que a Startup Leiria não vende “espaço apenas”, este responsável salientou o trabalho na criação de “ecossistema, ligações, apoiar na busca de financiamento, na mentoria, na melhoria dos planos de negócio”.
Por outro lado, realçou o papel da Startup Leiria, tal como outros ecossistemas, na reconfiguração da estrutura produtiva do país.
“Queremos um país mais intensivo em conhecimento, com mais I&D [investigação e desenvolvimento], mais avançado, mais à frente na cadeia de valor (…) e as nossas empresas fazem isso”, declarou, explicando que, das empresas incubadas fisicamente, estas representam “mais de mil postos de trabalho”, não só na região.
“Temos muitas empresas que têm escritórios em mais sítios”, referiu.
Leiria subiu 33 lugares no índice global de ecossistemas de startups, ficando na posição 606.ª a nível mundial, numa avaliação de ecossistemas de startups em mil cidades de 100 países, de acordo com o “Global Startup Ecosystem Index 2024”.
Entre as cidades portuguesas, Leiria surge em quinto lugar, depois de Lisboa, Porto, Braga e Coimbra.
No ranking “Global Startup Ecosystem Index 2023”, Leiria tinha subido 326 lugares, ficando no lugar número 639 a nível mundial e em quinto lugar entre as cidades portuguesas.