“Aqui encontramos o exemplo do passado que nos inspira”. Nuno Melo, ministro da Defesa Nacional sublinhou esta tarde, na Batalha, a importância do dia 14 de agosto, data do feriado municipal e, sobretudo, da batalha de Aljubarrota, ocorrida há 639 anos.
Na cerimónia que celebrou a Batalha (concelho) e a batalha (embate militar), houve apelos à união, homenagens e até a apresentação de uma nova marcha musical sobre a Batalha.
“Celebramos aqui um dos acontecimentos mais marcantes da história de Portugal”, salientou o ministro, no seu discurso, considerando que “faz sentido celebrar a nossa pátria transposta de um município para o país inteiro”.
Nuno Melo elogiou o papel dos autarcas, considerando que “os políticos do município são os guardiões com relevância nacional”, numa alusão ao facto histórico da batalha de Aljubarrota e às suas consequências no futuro do país. “A mensagem de Aljubarrota e o espírito de Avis e da Batalha permanecem vivos. Espero que estas recordações de grandeza nos continuem a inspirar a todos”, acrescentou.
A data foi, aliás, central nos discursos da sessão solene que decorreu esta tarde no auditório municipal da Batalha.
Joaquim Ruivo, presidente da Assembleia Municipal, lembrou-a e ao seu contexto histórico, não deixando de sublinhar a importância do Mosteiro enquanto elemento que permitiu a afluência ao então inexistente concelho, dos seus primeiros habitantes.
Raul Castro, presidente do município, frisou “o marco decisivo para a Nação” que “é mais do que um feriado, é momento para refletir sobre coragem e resiliência de quem lutou pela liberdade”.
O autarca da Batalha procurou deixar uma mensagem de união no dia que celebra o concelho, manifestando o desejo de que “o 14 de agosto seja lembrança de que juntos somos mais fortes”.
Momentos antes, Nuno Almeida, vereador do PSD, elemento da oposição no executivo municipal liderado pelo movimento independente “Batalha é de Todos” , discursou, salientando não só o aniversario do embate entre castelhanos e portugueses, mas também o facto de, este ano, se celebrarem 50 anos do 25 de Abril.
Nesse contexto, salientou a importância do associativismo que floresceu depois da revolução e a importância da diversidade de visões. Nuno Almeida aproveitou a ocasião para recordar que “as promessas feitas são para cumprir”, frisando ser “urgente” concluir alguns projetos municipais, numa lista que desfiou e que inclui a conclusão da creche municipal, do pavilhão de São Mamede, bem como a construção do centro de saúde, de zonas industriais e de apoios ao associativismo.
O destaque da data estava, todavia, reservado para as homenagens. Para além das medalhas atribuídas a vários funcionários municipais, foram distinguidos batalhenses e entidades do concelho.
O meio de século de serviço à população da farmácia Moreira Padrão, a arte e empenho do latoeiro José Santa Marques e a dedicação de mais de 40 anos de Luís Seiça, funcionário do Mosteiro, ao monumento, foram assinalados com a atribuição de medalhas de mérito municipal. A distinção recaiu igualmente sobre o empresário Tiago Tomás, responsável por uma empresa de metalúrgica exportadora em rápido crescimento e a comerciante da Batalha, Maria Lurdes Ribeiro, com atividade na área dos produtos regionais há mais de sete décadas.
A cerimónia terminou com a apresentação de uma criação de Sérgio Varalonga. O docente e músico compôs uma “Marcha de Homenagem ao Município da Batalha” que tocou, ao piano, na ocasião.