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Saúde

Doentes internados em casa aumentam na região de Leiria e no país

A nível nacional, as diversas unidades de hospitalização domiciliária acompanharam quase 5.900 doentes no primeiros semestre deste ano. A de Leiria tratou 248 pessoas.

Unidade de Hospitalização Domiciliária de Leiria arrancou em junho de 2020 Foto de arquivo: Joaquim Dâmaso


Cerca de 250 doentes, residentes na região de Leiria, foram tratados em casa no primeiro semestre deste ano pela equipa da Unidade de Hospitalização Domiciliária (UHD), sediada no Hospital de Santo André.

Anteriormente, em 2023, e ainda no âmbito do extinto Centro Hospitalar de Leiria, a unidade cuidou de 449 doentes, mais 25 do que no ano anterior, segundo os dados assistenciais avançados recentemente pela Unidade Local de Saúde da Região de Leiria (ULSRL).

O balanço do número de doentes acompanhados através deste programa na região de Leiria, entre janeiro e junho deste ano, sugere um aumento face aos dados totais relativos a 2023.

Em Leiria, a UHD foi implementada em junho de 2020.

A nível nacional, quase 5.900 doentes foram internados em casa no primeiro semestre do ano, mais 19,5% comparativamente ao mesmo período do ano passado, permitindo reduzir a demora média de internamento e aliviar os hospitais em 54.135 dias de internamento.

Os dados foram avançados à agência Lusa pelo Coordenador do Programa Nacional de Implementação das Unidades de Hospitalização Domiciliária nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, Delfim Rodrigues.

Nos primeiros seis meses do ano foram avaliados 14.049 doentes em todo o país no âmbito do programa, mais 8,7%, e internados em casa 5.882, mais 19,5%.

“Com mais segurança e qualidade as equipas conseguiam reduzir a demora média de internamento para 9,2 dias, menos 4,9%”, e os dias de internamento realizados e poupados aos hospitais totalizaram 54.135, mais 14,5%, salientou Delfim Rodrigues.

Fazendo um balanço do programa lançado em 2018, que já permitiu o internamento de 41.305 doentes em casa (considerando a fase piloto), disse que tem revelado “uma grande consistência” no seu desenvolvimento, fundamentalmente, em torno de três variáveis: Acesso, qualidade e segurança, eficiência.

Em termos do acesso, “o número de doentes observados, tratados, tem subido”, e, relativamente à qualidade e segurança, diminuiu a taxa de mortalidade expectável para 1,8%, bem como as taxas de infeção e de internamento quando comparado com os internamentos hospitalares.

“A eficiência significa que tratamos mais doentes, com mais acesso, mais qualidade e segurança e com menos despesa para o SNS, e, por conseguinte, para os contribuintes”, salientou.

Delfim Rodrigues assinalou o aumento do número de doentes admitidos nos serviços de urgência dos hospitais com hospitalização domiciliária que são encaminhados diretamente para o internamento no domicílio (19,1%).

Os internados em casa provenientes da consulta externa representam 36% e mais de 32% foram admissões diretas, sem passar pelo hospital, com referência dos médicos de Medicina Geral e Familiar.

Os doentes estão permanentemente vigiados e monitorizados (telemonitorização, telemedicina, contacto telefónico), sendo que, se ocorrer algum problema, o doente ou familiar pode contactar imediatamente a equipa.

“Em cerca de 3.300 das situações, os médicos e os enfermeiros tiveram que se deslocar ao domicílio do doente fora do horário de rotina”, representando um aumento de 9%.

Já o número de visitas da equipa a casa dos doentes totalizou 70.997 e os contactos não presenciais 32.940.

Segundo Delfim Rodrigues, o número de camas de hospitalização domiciliária também subiu: “É como se tivéssemos construído de raiz um hospital de 352 camas”, o que representaria uma despesa de investimento de cerca de 450 milhões euros, enquanto neste modelo o investimento é de cerca de 20 milhões de euros.

Todos os hospitais do país têm unidades de hospitalização domiciliária, à exceção de Braga e Beja que deverão arrancar em setembro, sendo o “grande objetivo” conseguir, em 2026, internar em casa 50 mil doentes (cerca de 5% do total de doentes hospitalizados).

Cerca de 90% dos doentes são candidatos a esta forma de tratamento, “com menos custos, mais qualidade, mais segurança e mais acessibilidade, porque pode não haver cama no hospital, mas as pessoas, independentemente da qualidade da casa, da qualidade da cama, têm sempre cama em casa”.

Até final de junho, a taxa de eficiência, na relação receita custos diretos, correspondeu a 51,2%, cerca de 9,5 milhões de euros, valor que os hospitais que têm autonomia e capacidade podem aplicar “em termos de investimento como entenderem”.

“O programa tem revelado enorme sucesso, fruto da elevada qualidade técnica e humana de todos os profissionais envolvidos. É o único programa do SNS que de forma constante consolida níveis de oferta cada vez superiores de atividade, aliviando num período particularmente difícil, a atividade interna dos hospitais”, rematou.

A UHD – que foi destaque da revista da saúde do REGIÃO DE LEIRIA – funciona 24 horas por dia, conta com o apoio permanente de enfermagem e passou a contar com duas unidades móveis após os primeiros meses de funcionamento, em 2020.

A hospitalização domiciliária constitui “um modelo alternativo de hospitalização, que garante assistência médica e cuidados de saúde de qualidade, diferenciados e de proximidade aos doentes nas suas casas”, com o objetivo de “aliviar a pressão dos serviços de internamento dos hospitais e reduzir o risco de infeção e perda de autonomia dos doentes, com maior conforto para os doentes e suas famílias”.

Prémio da Bolsa Capital Humano

O projeto “Referenciação direta para internamento em Unidade de Hospitalização Domiciliária” da ULSRL foi premiado na quarta edição da Bolsa Capital Humano em Saúde, em maio deste ano, por potenciar o número de doentes referenciados para o programa diretamente através dos Cuidados de Saúde Primários, evitando a afluência à urgência.

A proposta vencedora aponta uma meta de 60% dos doentes saídos de UHD referenciados diretamente pelos Cuidados de Saúde Primários, sem passar pelo Serviço de Urgência, até ao final de 2024.

A implementação do projeto, que prevê consultoria técnica da Bolsa da APAH, preconiza várias fases, como a definição de critérios de referenciação, a divulgação, a formação dos profissionais envolvidos, a viabilização de uma linha telefónica direta, entre outros, indicou a ULSRL aquando da atribuição do prémio.

A Unidade Local de Saúde de Amadora/Sintra foi a outra instituição galardoada com o projeto “Nascer com vigilância”, dedicado a colmatar as necessidades das grávidas não acompanhadas, através da integração dos cuidados hospitalares e dos cuidados de saúde primários ajustados à comunidade, com a finalidade de diminuir o número de grávidas não acompanhadas e atenuar o seu impacto em indicadores de saúde materno-infantil.

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