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Saúde

Mosquito “Aedes albopictus” identificado em Pombal e em Cascais

Quando infetado, o mosquito pode transmitir as doenças dengue, chikungunya ou Zika, não tendo sido, nestes casos, identificados agentes infecciosos.

Mosquito foi identificado esta quarta-feira, nos concelhos de Pombal e de Cascais

A espécie de mosquito Aedes albopictus, que pode transmitir às pessoas, quando infetado, doenças como dengue, chikungunya ou Zika, foi identificada esta quarta-feira, 31 de julho, em Pombal e em Cascais.

Segundo a informação avançada esta quinta-feira, pela Direção-Geral da Saúde (DGS), não foram contudo identificados nestes mosquitos “quaisquer agentes de doenças que possam ser transmitidos às pessoas, nem se registaram, até ao momento, casos de doença humana em contexto de transmissão local”.

Em comunicado, a DGS adianta que o mosquito foi detetado pela primeira vez no país em 2005 na Madeira (Aedes aegypti), em 2017 na região Norte (Aedes albopictus) e, posteriormente, no Algarve (2018), Alentejo (2022), Lisboa e Vale do Tejo (2023).

“A nível europeu, é conhecida a expansão deste mosquito pelos países do Sul, onde se tem vindo a instalar nas últimas décadas, em países como Itália, França, Malta, Grécia e Espanha, e onde tem sido reportada transmissão local limitada”, acrescenta.

A DGS adianta ainda que a situação está a ser monitorizada e avaliada pela rede de Saúde Pública, em articulação com a DGS, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e outros parceiros, de acordo com a Estratégia Nacional de Prevenção e Controlo de Doenças Transmitidas por Vetores (ENPCDTV).

Ontem ainda, a DGS publicou uma orientação relativa à intervenção intersectorial para a prevenção e controlo de mosquitos invasores do género Aedes spp, e definiu um conjunto de recomendações face à situação epidemiológica atual.

“Se um viajante regressou recentemente de uma zona onde estes vírus circulam, e se apresentar sintomas sugestivos de doença (febre, erupção cutânea na pele, dor abdominal, entre outros)”, deverá contactar o o SNS 24 (808 24 24 24) mencionando o histórico de viagem, recomenda.

Caberá ainda às equipas de saúde pública locais, proceder à investigação epidemiológica de qualquer caso notificado de dengue, chikungunya ou Zika, refere a DGS, que refere ainda a necessidade de “reforçar a capacitação dos profissionais de saúde e outros profissionais relevantes para a deteção, diagnóstico e resposta no âmbito das doenças transmitidas por mosquitos Aedes spp“.

DGS recomenda prevenção e controlo

A DGS recomenda ainda às autarquias, empreendimentos turísticos e entidades do sector agrícola, industrial, entre outras, que adotem medidas de prevenção e controlo do mosquito Aedes albopictus, detetado em diferentes freguesias e concelhos de Portugal.

Segundo uma orientação publicada pela DGS, citada pela agência Lusa, as deteções mais recentes em Portugal do mosquito invasor têm correspondência ao nível de risco 1 (amarelo), numa escala de 0 a 3, definida segundo os diferentes cenários relativamente à presença de mosquitos Aedes e deteção de casos de doença, conforme definido no Plano Nacional de Prevenção e Controlo de Doenças Transmitidas por Vetores.

“Com base nas análises entomológicas da rede REVIVE, não foi verificada, até à data, a presença de agentes patogénicos nos mosquitos, nem foram reportados casos autóctones de doenças para as quais o vetor é competente”, salienta.

As atividades de prevenção e controlo vetorial implicam o envolvimento de diferentes sectores, nomeadamente autarquias, turismo, hotelaria, ambiente, veterinária, agricultura, indústria, comércio, entre outros, complementando os esforços do sector da saúde na prevenção e controlo das doenças transmitidas pelos mosquitos Aedes albopictus e Aedes aegypti, como a febre de dengue, chikungunya, zika, febre-amarela, todas de notificação obrigatória, e a infeção por parasita dirofilária.

O controlo vetorial do Aedes albopictus implica intervenções no ciclo de vida do mosquito, que compreende as fases aquática (ovos, larvas e pupas) e terrestre (fase adulta do mosquito).

A intervenção física ambiental constitui o método primário do controlo vetorial, requerendo intervenções multissetoriais na identificação e eliminação de criadouros (locais e recipientes que possam servir de habitat para ovos e larvas do mosquito). A aplicação de larvicidas e de adulticidas pode também ser necessária, de acordo com o nível de risco avaliado pelos serviços de Saúde Pública.

Em áreas com deteção confirmada de mosquitos do género Aedes (nível 1), deverá ser assegurada a localização e mapeamento, preferencialmente com georreferenciação, de locais onde a existência de criadouros possa constituir um risco para a multiplicação de mosquitos.

Compete às autarquias mapear estruturas públicas e privadas que possam ser locais propícios à existência de criadouros, dispersas em toda a sua área de intervenção.

As pessoas envolvidas nas ações de prevenção e controlo vetorial devem usar vestuário que cubra o corpo todo e o uso de repelentes.

Sempre que houver a alteração do nível de risco, a rede dos serviços de Saúde Pública é responsável por comunicar essa alteração e promover as medidas adequadas junto das entidades parceiras, com base nesta orientação e noutros documentos que venham a ser emitidos pela DGS.

“As doenças transmitidas por mosquitos são um problema global emergente de saúde pública que pode constituir uma emergência em Portugal e a nível transfronteiriço”, refere a DGS, salientando que “o aumento da mobilidade internacional de pessoas, bens e animais, aliado às alterações climáticas, são fatores que contribuem para a expansão de mosquitos invasores e consequente ocorrência de casos de doença”.

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