O aumento progressivo, desde janeiro, do número de internamentos hospitalares relacionados com o Parvovírus levou a Direção-Geral da Saúde (DGS) a apelar aos profissionais de saúde, principalmente aos que prestam cuidados de saúde a crianças e a grávidas, para que se mantenham “vigilantes em relação à infeção pelo parvovírus B19”.
Recomenda, por outro lado, que incluam, na avaliação dos utentes dos grupos-alvos ou que apresentem risco de complicações “um momento de aconselhamento e informação”.
66%
De acordo com a DGS, cerca de dois terços (66%) da população são imunes à infeção pelo parvovírus B19, devido a infeções anteriores (15% das crianças pré-escolares, 50% dos adultos e 85% dos idosos)
Embora considere o risco de infeção “baixo, à data de hoje” para a população, “não sendo recomendadas medidas específicas”, a DGS diz-se atenta à evolução da situação, que tem feito soar os alarmes em vários países europeus, com registo de um pico de infeções em março.
Segundo a DGS, “30 a 40% das mulheres grávidas podem ser suscetíveis à infeção”. Nas primeiras 20 semanas de gestação, esta pode conduzir “a resultados adversos graves para o feto, como anemia, hidrópsia fetal e morte intrauterina, em até 10% dos casos”, adverte.
Realçando que “na maioria dos casos o desfecho da gestação é favorável”, nota que “a infeção pode levar a complicações em 1 a 5% dos casos”.
Em crianças, o sintoma mais frequente é o eritema infeccioso, caracterizado por um quadro febril de mal-estar, com mialgias, diarreia e cefaleias, enquanto nos adultos, é a poliartralgia periférica das mãos, punhos, joelhos e tornozelos, podendo afetar até 50% das mulheres grávidas não imunes infetadas.
A transmissão do vírus ocorre por gotículas respiratórias, contacto mão-boca, produtos derivados de sangue, transplantes de medula óssea ou via transplacentária, explica a DGS em comunicado, referindo que o período de incubação varia de 4 a 14 dias após a exposição, podendo durar até três semanas.