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Marinha Grande

Ruído na zona dos bares volta a alimentar queixas na praia

Em agosto do ano passado, o executivo tinha anunciado a intenção de levar a cabo medidas de força para conter o problema, mas a questão ainda não terá sido ultrapassada

Na Praia da Vieira, conciliar o direito ao descanso com diversão tem gerado tensões Foto: Joaquim Dâmaso

O ruído na zona dos bares na Praia da Vieira continua a dar dores de cabeça a moradores e turistas que se queixam de não conseguirem descansar. As queixas regressaram à reunião do executivo municipal, à semelhança do sucedido em anos anteriores.

Em agosto do ano passado, o executivo tinha anunciado a intenção de levar a cabo medidas de força para conter o problema, mas os lamentos deixados na última segunda-feira por moradores na Praia, revelam que a questão ainda não foi ultrapassada. Ainda assim, de acordo com a vice-presidente da Câmara da Marinha Grande, Ana Monteiro, estão em curso processos relativos a 18 contraordenações que visam o bar no centro das críticas.

Zélia Inácio, responsável por um alojamento local, lamenta que o problema se mantenha semelhante ao registado no ano passado, relatando que os hóspedes lhe pediram a devolução dos valores pagos pelas férias, uma vez que não conseguiram descansar por causa do ruído.

“Estou a passar as piores férias da minha vida, com a casa fechada ouvimos a música como se estivéssemos no bar”, desabafou o hóspede na mensagem que enviou a Zélia Inácio que, por sua vez, a partilhou com o executivo municipal, na última segunda-feira, no período aberto ao público. “A Câmara já teve tempo para tomar medidas, e nada foi feito e não foram feitas obras no bar”, lamentou, revelando igualmente temer que a denúncia do caso lhe possa acarretar represálias.

“É lamentável, o ano passado fui ameaçada e as pessoas da Praia não vêm mais [queixar-se] porque têm medo e alertaram-me para não vir [à reunião de Câmara]. Mas era só o que me faltava: andar com medo”, referiu, por sua vez, Filomena Pereira.

“As leis são para ser cumpridas, é incompatível um horário de funcionamento até às seis da manhã numa área habitacional: as pessoas têm direito ao descanso e as casas já lá estavam”, reforçou esta moradora.

“Os bares são precisos e temos de nos divertir, mas tem de haver regras, ninguém quer fechar bares”, acrescentou, referindo o caso de bares que funcionam dentro dos limites do ruído, apontando o Koppus Bar como exemplo de conciliação entre diversão e o direito ao descanso.

Em resposta às queixas, Ana Monteiro explicou que o ano passado, no início de setembro, a autarquia agiu, deliberando para que o bar cumprisse várias condições “legais e regulamentares”.

Contudo, nesse período entrou em vigor o novo regulamento de ruído que acabou por fazer reiniciar todo o procedimento. Entretanto, assegura, “corre termos contra esta entidade, um processo de 12 contraordenações, mais um de cinco e mais um recente da semana passada”.

Na prática, o processo está a ser preparado para ser decidido em reunião do executivo, apontando para uma limitação do horário daquele espaço.

Este ponto de situação foi recebido com algum ceticismo: “vamos passar a época balnear toda a sofrer, tenho direito ao descanso tal como as pessoas que lá passam férias”, retorquiu uma moradora.

Nota: Artigo alterado às 11h27 de dia 12 de agosto de 2024, com declarações adicionais de Filomena Pereira.

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