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Cartas ao diretor

Victor Santos: o Pedrógão já não será bem o mesmo…

“O Victor do restaurante da rotunda reformou-se, parece, e eu vejo o Pedrógão em perda…”, escreve um leitor.

O Victor do restaurante da rotunda reformou-se, parece, e eu vejo o Pedrógão em perda…

Era a primeira figura amiga que víamos quando abordávamos o Pedrógão pelo Sul. Ali, no passeio da rotunda. Em frente ao seu restaurante e de cara séria (sempre!), a cumplicidade daquele aceno lembrava-nos que aquela praia era também “nossa”.

O seu restaurante foi, muito antes das ATP, o banco onde rebatíamos um cheque, onde deixávamos uma encomenda ou as chaves à família ou amigos, ou um “recado” importante. Serviço público? Arrisco dizer que sim! (Menos eficaz quando o Benfica perdia, mas isso era raro!…)

Se parávamos a cumprimentar, familiarizava-nos com a realidade da aldeia, outrora de algum tédio e abandono: actualizava o necrotério ou os esponsais, ou informava-nos da abertura do mercado e das saídas da rede e do peixe, ou de movimentações interessantes nas companhas. Para nos descansar, abordava “à boca pequena”, o estado do seu malfadado ácido úrico, e deixava-nos “à boca grande”: – hoje tenho sardinhas!

A sala do restaurante foi notável apoio dos jovens pais, como eu fui. Ali desinfectava a chupeta que caíra no chão, aquecia a marmita da sopa especial que trouxéramos para os garotos, desossava o frango, e, para os mais crescidos, servia lautamente (- querem mais?) as soberbas ovas, o variado cozido, o robalo “ao sal”, a sangria…

Inesquecível o seu ancestral e pioneiro serviço de “take away” onde as marmitas embrulhadas em jornais e carinho, batiam “de cruto e calcado” esta modernidade de plástico, fria e impessoal…

Era ele uma extensão da nossa família até quando, ao lanche, aceitava com pouco sacrifício acompanhar-nos numa imperial. Fresquinha, claro!

À sua custa, constituiu-se num espaço “bem nosso”, aquela estratégica rotunda daquele Sul da nossa praia.

Por ter disso beneficiado tão abundantemente, venho publicamente agradecer, e desejar ao Victor Santos uma reforma descansada, feliz e de saúde. Mas para mim e alguns mais como eu, o Pedrógão já não será bem o mesmo…

MMC
banhista apreensivo
Verão de 2024

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