João Almeida e Nelson Oliveira assumiram que o apoio do público português lhes deu uma força extra no contrarrelógio da primeira etapa da Volta a Espanha, com os ciclistas portugueses a terminarem satisfeitos com as suas sensações.
“Sem dúvida que o apoio de toda a gente hoje me deu um ‘boost’ extra”, reconheceu o caldense João Almeida (UAE Emirates), depois de ter sido 10.º no contrarrelógio inaugural da Vuelta, ganho pelo seu companheiro norte-americano Brandon McNulty (UAE Emirates).
João Almeida considerou que fez “uma boa gestão do esforço” nos 12 quilómetros do exercício individual entre Lisboa e Oeiras, em que gastou mais 19 segundos do que o vencedor da tirada e primeiro camisola vermelha da 79.ª edição.
“[As sensações] foram normais. É a primeira etapa, é normal que ainda não estejamos a 100%. No final, estava ligeiramente menos calor, embora esteja mais vento. Estou satisfeito com o meu contrarrelógio”, resumiu.
O português de 26 anos ganhou tempo a todos os candidatos da geral, exceto a Primoz Roglic (BORA-hansgrohe), para quem perdeu dois segundos, estando mesmo 34 segundos à frente do campeão em título, o norte-americano Sepp Kuss (Visma-Lease a Bike).
“Acho que naturalmente [o contrarrelógio] já me favorecia, portanto é natural. Espero que assim continue”, disse ao ser questionado sobre a vantagem que tem sobre Kuss.
Almeida está, agora, “mais do que preparado” para viver, no domingo, “uma experiência única” na carreira, quando passar nas Caldas da Rainha, de onde é natural, na segunda etapa da Vuelta, que liga Cascais a Ourém no total de 194 quilómetros.
Um lugar atrás do jovem luso ficou o experiente Nelson Oliveira (Movistar), que ficou satisfeito por ser 11.º no curto ‘crono’, a 20 segundos de McNulty. “O percurso era tão rápido, é mais para ciclistas mais pesados e mais explosivos”, completou.
“As sensações foram boas. Ter o apoio deste povo vibrante aqui em Lisboa, na partida de uma grande Volta, é sempre um orgulho enorme. Queria fazer melhor, mas alguém foi melhor do que eu”, assumiu.
Para ‘Nelsinho’, foi “bonito” ter hoje a família em Lisboa a apoiá-lo, nomeadamente as duas filhas – equipadas a rigor com camisolas da Movistar -, numa Vuelta especial por começar em território nacional.
Já Rui Costa garantiu ter dado “o máximo” num esforço “curto” e “algo violento”, notando que o que “condicionou um bocadinho o contrarrelógio foi mesmo o vento”, porque era difícil “manter a posição”.
“Fez-se sentir bastante vento lateral. No meu caso, não conseguia desempenhar a máxima potência […] Sinceramente, já estávamos a contar desde ontem [sexta-feira], já sabíamos que ia estar muito vento. É as condições que temos e há que lidar com elas. É certo que talvez os primeiros tiveram um bocadinho menos de vento, não há muita diferença, mas alguma”, destacou o 75.º na etapa.
O campeão nacional de fundo disse estar a “desfrutar” deste arranque português da 79.ª edição da Vuelta.
“Realmente, é uma alegria para todos nós, que estamos envolvidos aqui na Volta à Espanha, com esta saída de Lisboa. Estamos aqui todos, perante todos os nossos portugueses. O apoio tem sido enorme, é uma alegria estar perante todo este apoio e só tenho que agradecer a todos eles”, concluiu o ciclista da EF Education-EasyPost.
Este domingo, corre-se a segunda de três etapas lusas da Vuelta, com o pelotão a percorrer 194 quilómetros entre Cascais e Ourém, com duas subidas de quarta categoria no percurso, o Alto da Lagoa Azul e o Alto da Batalha
Ana Marques Gonçalves, da agência Lusa