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Sociedade

A avaliação nas escolas está diferente. O que muda?

Provas de Aferição passam a ter outra designação e são realizadas no final do 1.º e 2.º ciclos de ensino básico.

“Avaliar melhor, aprender mais”. É este o mote do novo novo modelo de avaliação externa nos ensinos básico e secundário, iniciativa do atual Ministério da Educação, Ciência e Inovação, liderado pelo ministro Fernando Alexandre.

As mudanças começam logo pelo nome. Já no próximo ano letivo e em formato digital, as Provas de Aferição passam a chamar-se Provas de Monitorização da Aprendizagem (ModA) e passam a realizar-se no final do 1º e 2º ciclos do ensino básico (4º e 6º anos).

Vale lembrar que não contam para a nota oficial do aluno, mas a classificação fica registada na ficha individual. A classificação é que passa a ser eletrónica (e-marking) e as novas provas passam a ser avaliadas numa escala de 0 a 100, em vez da habitual escala de 1 a 5.

Os alunos vão fazer duas provas fixas, Português e Matemática, com componente de Estudo do Meio no 4º ano; bem como Matemática e Ciências Naturais no 6º ano. Uma terceira prova será rotativa, a cada três anos. De acordo com a proposta oficial do executivo, em 2025, no 4.º ano, será de Inglês, Educação Artística (2026), Educação Física (2027), e em 2028 regressa a prova de Inglês. No 6.º ano já no próximo ano, há provas rotativas de História e Geografia de Portugal, Inglês em 2026 e Educação Física e Educação Visual em 2027.

Enunciado não é público

As provas não vão ser de acesso público à semelhança das provas do PISA (Provas Internacionais de Avaliação de Estudantes). De acordo com o executivo de Fernando Alexandre, a medida tem como objetivo repetir perguntas nos anos seguintes e fazer a comparação direta ao longo do tempo e detetar literacias específicas, para além do que é dado no currículo. A remodelação tem também como objetivo acompanhar o aluno no seu percurso escolar e detetar dificuldades individuais específicas que possam ser trabalhadas. Neste novo modelo, será publicado um relatório todos os anos – na segunda terça-feira de novembro – com as classificações por escola e concelho.

A proposta oficial do governo prevê alterações também no 9.º ano. As provas nacionais de conclusão do ciclo de Português e Matemática continuam a valer 30% para a classificação final, mas os enunciados das provas deixam igualmente de ser públicos, seguindo a mesma lógica do outros ciclos. O formato digital passa a ser uma realidade transversal aos ciclos. A prova de Português do 9.º ano será feita em formato digital e a de Matemática dentro de um formato híbrido, que abrange o digital, à exceção dos exercícios que exigem escrita matemática e que continuam a ser feitos em papel.

Há uma mudança que toca mais a quem leciona do que ao alunos. No ensino secundário, cada professor vai avaliar apenas uma pergunta por prova, e vez de todo o teste, como vem sendo praticado até aqui. A ideia do governo é garantir mais equilíbrio e justiça nas avaliações. As provas que continuam a ser em papel (como os exames nacionais) vão ser digitalizadas e é indicado um item ao docente para avaliar. Estes inserem depois a classificação na plataforma eletrónica, à semelhança do que já acontece em Itália, Reino Unido e Finlândia, a que o corpo escolar tem acesso.

Com estas alterações o atual executivo indica que pretende atingir metas essenciais explicadas no programa oficial: Formar alunos para as competências digitais para os desafios sociais e profissionais do século XXI; garantir que o digital é introduzido nos processos de aprendizagem e de avaliação e que garanta mais equidade nos processos de classificação; esta digitalização das provas e exames finais é um objetivo a cumprir dentro do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).

Ana Patrícia Cardoso

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