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Sociedade

Há um cometa prestes a chegar aos céus da região

Se tudo correr bem e a meteorologia ajudar, em breve será possível a observação a olho nu

Cometa fotografado em junho através de um telescópio Foto: C messier

Chama-se Tsuchinshan-ATLAS. É um cometa e, com sorte, vai poder vê-lo, em breve, nos céus da região. Se tudo correr pelo melhor e se a meteorologia o permitir, o início da noite do final da próxima semana, perto dos meados do mês, poderá ser o momento mais propício para a observação.

Há quem o apelide de “cometa do século” pelo espetáculo que poderá proporcionar, ainda que persistam algumas incertezas. Da última vez que o cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) rasgou os céus terrestres de forma semelhante, o mundo era bem diferente, pois isso aconteceu há cerca de 80 mil anos. Aquele era o tempo em que ainda existiam neandertais e a agricultura nem tinha sido adotada pelos humanos.  Agora, o cometa apresenta-se aos sapiens, ao que tudo indica, por volta da hora do jantar.

Ainda não é totalmente certa a magnitude (isto é, o brilho) que apresentará, mas as previsões mais otimistas apontam para a possibilidade de observá-lo a olho nu.

Gregory Brown, o principal responsável pela astronomia pública no Observatório Real de Greenwich, citado pelo jornal britânico Guardian, explica que se julga que o cometa teve origem na nuvem de Oort, que se encontra para além da órbita de Neptuno.

Em boa verdade, o cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) já é visível há alguns dias no hemisfério sul. Por cá, todavia, só nos próximos dias se prevê que a sua observação possa acontecer.

Agora, está na “vizinhança” da Terra. Depois de ter feito a sua aproximação mais próxima ao sol no final do mês passado, espera-se que faça o mesmo ao nosso planeta por volta de 13 de outubro.

“A questão com os cometas é que, quanto mais próximos estão de nós, da Terra, mais brilhantes eles são, mas também quanto mais próximos estão do sol, mais brilhantes se tornam. Portanto, a aproximação mais próxima não será necessariamente o momento mais brilhante,” disse Brown, referindo que isso poderá acontecer por volta de 9 de outubro.

Nesse momento, no entanto, o cometa estará quase diretamente entre a Terra e o sol. Como resultado, disse Brown, o melhor momento para o observar será alguns dias antes e depois.

Alguns sites da especialidade apontam que já a partir desta semana, o cometa poderá ser observado, mas estará muito próximo do sol para poder ser visto a olho nu. Todavia, há quem admita que o cometa possa atingir um brilho que venha a permitir a observação até no céu diurno. Veremos.

Hoje, no início da noite desta quarta-feira, dia 2, o Tsuchinshan-ATLAS está ainda a mais de 100 milhões de quilómetros do nosso planeta. Viaja, todavia, a uma velocidade impressionante e, no fim de semana de 12 e 13 de outubro, o cometa estará no seu ponto mais próximo da Terra, a aproximadamente 70 milhões de quilómetros.

Será depois do final da próxima semana que se tornará mais fácil a observação, pois o cometa até perderá algum brilho mas ficará mais distante do sol, podendo ser detetado no céu, depois do pôr do sol, a oeste, junto à linha do horizonte.

O ideal será estar atento ao céu e à meteorologia. As previsões não são propriamente animadoras para a região nos próximos dias, com previsão de nebulosidade frequente nos céus. Isso não quer dizer, todavia, que não surjam abertas que permitam tentar observar este raro espetáculo que, nos próximos dias, “estreia” num céu perto de si.

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