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Saúde

Leiria denuncia “desigualdades gritantes” na saúde e pede recursos ajustados

A capacidade dos hospitais em “responder adequadamente às necessidades da população” poderá estar em risco se não houver equilíbrio na distribuição de médicos, alerta o presidente da Câmara.

Leiria recebeu a primeira de sete sessões descentralizar para apresentar o Plano Nacional de Saúde Foto: CML

A redução das desigualdades no acesso aos cuidados de saúde, objetivo assumido pela Direção-Geral da Saúde (DGS) na definição do Plano Nacional de Saúde 2020-2030, é, segundo o presidente da Câmara de Leiria, um dos pontos-chave a que urge dar cumprimento.

Apontando “desequilíbrios difíceis de perceber no que diz respeito ao investimento público em saúde” e à distribuição de recursos, em particular médicos, em cidades de dimensão semelhante, Gonçalo Lopes voltou a reclamar o reforço urgente da rede de cuidados primários e de meios nos hospitais, na sessão de apresentação do plano que decorreu, na segunda-feira, em Leiria.

“É inegável que enfrentamos grandes desigualdades, no território nacional, no que toca à prestação de cuidados de saúde”, destacou o autarca, ao defender ainda a reavaliação do processo de transferência de competências para as autarquias na área da saúde. “O diagnóstico inicial não corresponde à realidade no terreno” e “os meios alocados são notoriamente insuficientes face às reais necessidades dos territórios”, alertou também Gonçalo Lopes, que sublinhou a urgência em “ajustar os recursos às exigências locais”.

A par da falta de médicos e de outros profissionais para assegurar cuidados de proximidade às populações, o autarca denunciou “desequilíbrios gritantes no país” na distribuição de profissionais de saúde a nível hospitalar.

13

Já em setembro, o presidente da Câmara de Leiria alertava para as desigualdades na distribuição de recursos, indicando haver apenas 13 médicos especialistas de obstetrícia e ginecologia em Leiria, contra 90 nos hospitais de Coimbra

Ao encontro da população

“O objetivo do PNS é ir ao encontro das pessoas”, pois a DGS não pretende que seja apenas um documento estratégico, mas que possa “ser vertido naquilo que são experiências locais e experiências também regionais”, adiantou à agência Lusa a diretora-geral da Saúde.

“A comunidade, o nível local, aquilo que muitas vezes designamos pelos atores do terreno são, sem dúvida alguma, aqueles que fazem a verdadeira diferença para a saúde das populações. E é isto que queremos alavancar”, destacou Rita Sá Machado.

A responsável concretizou que o objetivo é “melhorar a saúde e o bem-estar das populações e isso verte-se em indicadores como a diminuição da mortalidade por doenças cardio-cerebrovasculares ou a diminuição da mortalidade por cancro”, apostando na prevenção de doenças, promoção da saúde e numa “saúde sustentável”.

“Se olharmos para aquilo que sabemos que podemos alcançar, juntando a saúde, o ambiente, a educação, a ação social, todas estas áreas vão-nos ajudar a contribuir para melhorar os indicadores de saúde e, por isso mesmo, é de extrema importância termos esta aproximação entre os diferentes níveis”, reforçou.

A diretora-geral defendeu ainda a interligação do PNS com os planos locais de saúde, “que se mantêm como os instrumentos de planeamento que são estruturantes para a saúde”, nomeadamente para as ULS, para os municípios e para as regiões.

“Neste novo ecossistema que temos com as ULS, os planos locais de saúde são uma bússola mais importante para aquilo que se irá fazer”, pois são estratégicos, sinergéticos e orientadores.

Já Licínio Carvalho, presidente do conselho de administração da ULSRL, considerou que a estratégia do PNS “consagra a resiliência do sistema de saúde como um domínio prioritário, visando um melhor equilíbrio demográfico, maior inclusão, menor desigualdade, promovendo a prevenção de doenças e estilos de vida saudáveis e garantindo a universalidade do acesso e o aumento da qualidade dos serviços de saúde”.

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